DISTOPIA

Falta-me espaço nesse cativo vazio,
Com meus plurais de vozes ocas
Cuspindo palavras anoréxicas, soltas,
Que dilaceram meus ouvidos - sorrio!

Penso na realidade mórbida e ouço
Mais um grito; um eco que ressoa
Nos corredores espinhais, e que destoa
Tudo aquilo que é real, agora louco.

Logo eu, miserável faminto, inerte
Rastejante das migalhas, não pude 
Compreender que era um verme

Condenado a roer essas maçãs podres,
De sabores ancestrais, que em vão nutre
O desejo de querer viver às dores.

Itamar FS

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