Espera

Tenho sono
Até onde a vista me alcança
Entre a aurora das pessoas que passam
E os pássaros que demoram


Na paisagem verde e sonora os girassóis
batendo no vento
E as luzes claras são estrondos daquele silêncio
tão eterno e tão lento


A minha cadeira virada para o coração
das paredes frenéticas do tronco
deste pinheiro
É um sopro azul nesta sala de Aeroporto


Tantas palavras deitadas
À espera - parece que gostam de esperar
Mas a vida é feita de vidro
Com duas portas entreabertas


E entro nos pinhais como um bicho que desfolha
As estrelas altas da ramagem
Muito para além da partida
Onde não é preciso sonhar


Que chegue a Morte
algum sinal
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