

Maria Antonieta Matos
Maria Antonieta Rosado Mira Valentim de Matos - MARIA ANTONIETA MATOS, nasceu em 1949 em Terena, Concelho de Alandroal e reside em Évora, Alentejo, Portugal
DESPEDIDA
Despedaço-me…
Tenho dias!
Em que o coração me salta do peito
Um não sei quê me escurece a alma …
e nesse ignóbil constrangimento, me ponho a jeito
Fecha-se a cortina da alegria e na saudade, me deito
Sou espectro dum mundo vazio
Vejo a mentira crescer, o desespero e desprezo corrente
Alguém todos os dias deixa de viver
Neste quadro deprimente
E correm indefesos, rasgando caminhos tentando nascer de novo
Deixam para trás uma vida inteira de sacrifício
Um filho, um pai, uma mãe, os netos… filhos do povo
Muitos morrem deste martírio!
Família que se dispersa…
noites de alerta…
Cansaço, que não ultrapassam pelo delírio
No pensamento fica o invento do sustento
E a esperança, o transpor do novo dia…
Enquanto dura este alento!
22-02-2014 Maria Antonieta Matos
In NPE " Sentir D'um Poeta"