

Samuel da Mata
Nasci e cresci pobre, mas não tenho vergonha disso. Sofri na pele as injustiças da pobreza, mas mesmo assim vivi feliz pois não conhecia a sua verdadeira fonte. Saudei heróis forjados na podridão, mas vestidos no linho fino do engodo e da publicidade paga.
DEZ APEGOS
Apego-me a vida, quão doce é o viver
Apego-me aos amigos, parceiros na lida
Apego-me a escola, lá posso aprender
Apego-me ao leito, lá deixo a fadiga
Apego-me a família, meu sangue a correr
Apego-me a Terra, pérola única no universo
Apego-me ao trabalho, donde vem meu suster
Apego-me as artes, razão dos meus versos
Apego-me ao lar, amor e paixão
Apego-me a Deus, minha salvação
A estes me agarro com força total
Porém chega o dia que tudo se esvazia
No desapego agonia, acaba-se a poesia
Só em Deus a alegria e meu apego final