

Paulo Jorge
A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.
1970-07-17 Lisboa
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Aflição Outonal
O frio chegou,
E a chama apagou.
A luz esbatida,
E a alma dorida.
O vento exaltou,
E o lobo uivou.
A lareira apagada,
E a voz magoada.
A chuva caiu,
E a mulher pariu.
Um olhar sofrido,
E o desejo cumprido.
Mais um infeliz,
Um pobre petiz.
Enxugado de luz,
Já cheio de pus.
Sempre tão ébrio,
Imolado pelo tédio.
Tão escuro ficou,
Nada contemplou.
Tudo desabou,
E pouco restou.
Lx, 12-11-2008
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