

mgenthbjpafa21
Gente entre gente, que não se pense que se sente o que outro sente, nem que se pressente para além do presente.
1965-05-01 Vitória, Porto
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Laços de frouxidão, cristalocaligrafia...
Meu segredo não é tal, portanto
Meu segredo não é tanto.
A chave para o ininteligível é o caos.
Minha cabeça é uma espécie de sótão,
Cheira a seca decadência sem amigos
Cheio de prateleiras que não podem ser dobradas.
Cheio de prateleiras que você pode não encontrar,
Minha cabeça é um repositório de conhecimento perdido.
Laços de frouxidão para um mundo oh, tão (ir)real,
O grito da noite de um animal de Tabula não Rasa,
Dor de afastado de um faz de conta a que os inimigos dizem real,
Pois eu nunca serei real nesse mundo do papá
Que queria dormir e não continuar a fazer e refazer,
Raiva de levar os desenhos do paizinho no meu caderno pra escola
Como se fosse um tetraplégico do desenho do topo da cópia,
Além de haver quem pinta com a boca, cobarde que sou,
Criança sem espinha dorsal, um verdadeiro animal mesquinho.
Nunca me perdoarei nem a estes patéticos escritos
Parte do projeto uma vez ridículo, semper ridiculous.
Não ligo para a vossa realidade, hihihi,
Tenho um Fork mais antigo que o Git, Gerrit or SourceForge.
Dragões de todos os fascinantes tons,
Lindas mulheres, pessoas de bons dons,
Miríade de cores, explosão de emoção, odores
E Flores, orquídeas e hidranjas, tantas infindas granjas
Tenho um Elysium de trigo e centeio bravo
Tenho sachê e Courvoisier, Bourbon, Malte, Vodka, Gin
Tenho um bar que vai entroncar no mar
Onde nadam os cetáceos que me cantam
Baleias banidas como eu, e ambos lamentamos.
E assim passamos os anos lá de fora, que aqui apenas,
Que aqui onde eu moro, apenas observamos,
Olhamos o mundo, a Worldtree e seus doentes ramos,
Choramos pelos injustiçados, rimas com os condenados,
Abraçamos as Quimeras os Grifos e as águas onde pescam as águias.
Navegamos pela dor do mundo e sua alegria vadia, casca de felicidade,
Slumber, somos testemunhas da verdade
De que não há idade para partir, apenas assassinato,
E vejo os meus longos cabelos cinzentos
Redemoinhar em ventos, furacões dos meus lamentos.
Pois tudo o que me tiram dão,
Toda a incapacidade é a força
De não voltar nem que tudo torça
Eu e Schwarzschild,
O tempo é o que é
E vivi vidas passadas e futuras.
Olho e vejo destas alturas
O sofrimento dos filhos do meu pai,
Cujo nome vós bem sabeis,
A alegria de o meu único filho
Ter um mundo grande e seu
Donde mira suas rugas, seus membros atrofiados
Seus sonhos e pesadelos,
E Testemunha a falta de importância da sua constância
Raiz da erosão e início da vida de tormentos sem fim
Que os outros subsistem e resistem e
Eu, sem fronteiras, desço o Mississippi, amo o Missouri,
Atravesso de Vila Real de Santo António até ao rochedo de Gibraltar
E morrerei sem coleira nem chip de localização
E viverei sem viver, e ao que assisti nenhum outro poderá dizer eu vivi.
O céu sabe que o mar Aral recuou e morreu, morre um mar inteiro, que importa uma criança imatura,
Um trauma que perdura e sempre viverá longe dos deuses do vil metal e trabalho matinal?
Ò musas mais perigosas que Medusa,
Matai a minha pessoa, acorrentai o esqueleto,
Eu continuarei sentado ao belo som do meu coreto.
Agora que o pano desce sobre a terra desolada
E o gunslinger se prepara para a perdição
Perdoem essa estranha posição,
Sou o prisioneiro que ama a prisão
Sou um pensamento ridicularizado
Um homem escuro e duro, não sei porque perduro
Enquanto tudo cessa, tudo bate a porta e diz, até à minha volta…
Enquanto tudo cessa,
Todos batem a porta,
A vida lá fora continua torta.
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