

Karla Bardanza
Não tenho ambições nem desejos. Ser poeta não é ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho.
Alberto Caeiro
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Chão sem fundo
Nada muda
Nada
A porta absurda
Trancada está
E nem fechadura
Tem.
Abro a janela
E estou emparedada.
Tijolos ao redor
E nada mais.
Se estou só?
Ouço apenas
A minha voz:
Eco sem vibração.
Comida fria,
Apenas água na geladeira
E essa dor e essa febre
Ardendo tanto a minha
Língua, íngua.
Não consigo me mover.
Pelo lado de dentro
Te reflito: aflito espelho
Que não me olha nos
Olhos.
A gaveta aberta
Está atulhada de você,
De palavras que morrem
E nunca morreram,
De desespero,
De vontades,
De tudo
Que
Cai
De
Mim
Quando
Não consigo
Fechar os braços
E te segurar
Dentro do meu corpo.
Afundo no
Sofá rasgado,
Nas almofadas
Sem cor, na casa
Sem paz.
Afundo no chão
Sem fundo,
Afundo
Ainda
Neste amor.
Karla Bardanza
Nada
A porta absurda
Trancada está
E nem fechadura
Tem.
Abro a janela
E estou emparedada.
Tijolos ao redor
E nada mais.
Se estou só?
Ouço apenas
A minha voz:
Eco sem vibração.
Comida fria,
Apenas água na geladeira
E essa dor e essa febre
Ardendo tanto a minha
Língua, íngua.
Não consigo me mover.
Pelo lado de dentro
Te reflito: aflito espelho
Que não me olha nos
Olhos.
A gaveta aberta
Está atulhada de você,
De palavras que morrem
E nunca morreram,
De desespero,
De vontades,
De tudo
Que
Cai
De
Mim
Quando
Não consigo
Fechar os braços
E te segurar
Dentro do meu corpo.
Afundo no
Sofá rasgado,
Nas almofadas
Sem cor, na casa
Sem paz.
Afundo no chão
Sem fundo,
Afundo
Ainda
Neste amor.
Karla Bardanza
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