Raimundo Correia
Raymundo da Motta de Azevedo Corrêa foi um juiz e poeta brasileiro.
1859-05-13 Barra da Magunça, Maranhão, Brasil
1911-09-13 Paris, França
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Epístola ao Bardo Muniz
Cala-te, esdrúxulo lírico;
Teu estro é bandulho hidrópico!
Olha as garras de um satírico!
Cala-te, esdrúxulo lírico!
Teu verso ao leitor empírico
Fere de tópico em tópico...
Cala-te, esdrúxulo lírico;
Teu estro é bandulho hidrópico!
(...)
Nos teus preitos esquipáticos
Citas tanto bardo, — Hipócrates!
Citas autores dramáticos
Nos teus preitos esquipáticos
Citas talentos simpáticos!
Citas Camões! Citas Sócrates!
Nos teus preitos esquipáticos
Citas tanto bardo, — Hipócrates!
Muniz! tu causas-nos cólicas!
Erudito de catálogos!
Pondo as almas melancólicas,
Muniz! tu causas-nos cólicas!
Faze antes canções bucólicas,
Mas nunca preitos análogos!
Muniz! tu causas-nos cólicas
Erudito de catálogos!
Deita antes verso byrônico,
Mas, rápido, a velocípede...
Sê ferino, sê irônico!
Deita antes verso byrônico!
Que diabo! Isso é vício crônico!
Espanta que sejas bípede!
Deita antes verso byrônico,
Mas, rápido, a velocípede...
Larga essa lira caquética!
Ouve! e desculpa esta epístola!
Ó professor de dialética!
Larga essa lira caquética!
Porque antes não curas ética,
Pústula, escrófula e fístula!
Larga essa lira caquética!
Ouve! e desculpa esta epístola!
Poema integrante da série Poesias Avulsas.
In: CORREIA, Raimundo. Poesias completas. Org. pref. e notas Múcio Leão. São Paulo. Ed. Nacional, 1948. v.2, p.354-356
Teu estro é bandulho hidrópico!
Olha as garras de um satírico!
Cala-te, esdrúxulo lírico!
Teu verso ao leitor empírico
Fere de tópico em tópico...
Cala-te, esdrúxulo lírico;
Teu estro é bandulho hidrópico!
(...)
Nos teus preitos esquipáticos
Citas tanto bardo, — Hipócrates!
Citas autores dramáticos
Nos teus preitos esquipáticos
Citas talentos simpáticos!
Citas Camões! Citas Sócrates!
Nos teus preitos esquipáticos
Citas tanto bardo, — Hipócrates!
Muniz! tu causas-nos cólicas!
Erudito de catálogos!
Pondo as almas melancólicas,
Muniz! tu causas-nos cólicas!
Faze antes canções bucólicas,
Mas nunca preitos análogos!
Muniz! tu causas-nos cólicas
Erudito de catálogos!
Deita antes verso byrônico,
Mas, rápido, a velocípede...
Sê ferino, sê irônico!
Deita antes verso byrônico!
Que diabo! Isso é vício crônico!
Espanta que sejas bípede!
Deita antes verso byrônico,
Mas, rápido, a velocípede...
Larga essa lira caquética!
Ouve! e desculpa esta epístola!
Ó professor de dialética!
Larga essa lira caquética!
Porque antes não curas ética,
Pústula, escrófula e fístula!
Larga essa lira caquética!
Ouve! e desculpa esta epístola!
Poema integrante da série Poesias Avulsas.
In: CORREIA, Raimundo. Poesias completas. Org. pref. e notas Múcio Leão. São Paulo. Ed. Nacional, 1948. v.2, p.354-356
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