Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Só da noite escapam estas escuridões tão masoquistas Só na paisagem vadiam tantas, tantas horas imprevistas Só no meu ser dormitam palavras corteses e calculistas
Só do tempo se embebedam profusos segundos revanchistas Só da solidão emanam preces quase poéticas e fatalistas Só da saudade divagam memórias eternas e sensacionalistas
Só da noite o silêncio se materializa num eco miserabilista Só no espaço sideral se alinham estes breus fulgentes e exibicionistas Só na alma deambula solitariamente este aguaceiro tão inconformista