Últimos Sonetos
Às vezes na tu'alma, que adormece
tanto e tão fundo, alguma voz escuto
de timbre emocional, claro, impoluto
que uma voz bem amiga me parece.
E fico mudo a ouvi-la, como a prece
de um meigo coração que está de luto
e livre, já, de todo o mal corrupto,
mesmo as afrontas mais cruéis esquece.
Mas outras vezes, sempre em vão, procuro
dessa voz singular o timbre puro,
as essências do céu maravilhosas.
Procuro ansioso, inquieto, alvoroçado,
mas tudo na tu'alma está calado,
no silêncio fatal das nebulosas.