Em rosa de bateira e sol de vinho.
O tempo fez-se-me fome,
Mas levantas os braços-e é o moinho.
Como a corça na Haia plo rebento
E a ponte levadiça,
Vais em maneira,amor e movimento,
Vela da tarde,dique do meu sangue:
Afinal só um pouco de mulher
Que a palavra detém e´águas cultivam.
Graça do vento em céus inesperados,
Gaivota és para mim que nasci delas;
No milagre de sermos encontrados
Já de Amesterdão são nossas as janelas.
Taça a taça trocámos anéis áureos
De vinho português sobre holandilha:
Quem via-como saber
Se era braço de noivo ou mão de filha?
Mas sempre tinta à tarde!Eras a Lua
Que em foice adestra os calmos céus dos pólderes:
Eu ceifava a manhã nos teus cabelos,
Contava-os um a um,canal abaixo,
E,deitado nos verbos que te evocam,
Feliz com um pintor que vende pouco,
Era holandês por ti...
Que,bem pensando,
O que eu cá sou,céus de Van gogh,é louco!
de O Andamento
Holandês