os dias sem ninguém pequeníssimos recados escritos à pressa amachucados nos dedos
foi bela a madressilva subindo pela noite da morada esquecida
pedras exactas poeiras perfumadas bichos de lume dormitando na flexibilidade da argila areias cobertas de insectos ossos dentes e o rio por onde partem as noites de cansaço
luminosa floração luas ácidas despenhando-se fendas de terra cidades costeiras pássaros frágeis caminhos em pleno voo durante a lucidez tremenda do sonho
restam-me os corredores de vidro onde posso afagar os restos carbonizados do corpo abro a porta que dava acesso ao rosto desço os degraus musgosos do pátio atravesso o jardim de alvenaria onde vivi todo este tempo antes de me precipitar