O senhor deus é espectador desse homem Encheu-lhe o regaço de dias e soprou-lhe nos olhos o tempo suave das árvores Deu-lhe e tirou-lhe uma por uma cada uma das quatro estações A primavera veio e ele árvore singular à beira do tempo plantada vestiu-se de palavras E foi a folha verde que deus passou pela terra desolada e ressequida Quando as palavras o deixaram de cobrir ficaram-lhe dois dos olhos por onde o senhor olha finitamente a sua obra Até que as chuvas lhe molharam os olhos e deles saíram rios que foram desaguar ao grande mar do princípio