Que importa que morramos se a tarde é de sol e o céu se abre às lágrimas que sobre a cidade choras? Esmagam-se lá longe contra a igreja as casas aonde os homens nascem e aceitam a grade humilhação da morte onde as mulheres acenam tristemente panos sujos de não dizerem adeus a nenhum barco onde já ninguém sabe onde os anos começam Pesadamente vão caindo os sinos e tu a um e um desfolhas os olhos sobre o tempo O que trocamos são crostas de silêncio: tivéssemos em teu reino o lugar que esta folha de outono tem sobre o asfalto e a espaços certa música na alma Que importa que morramos se o passado está certo se voltas para nós a mágoa que te molha a face de virmos de tão longe tendo-te tão perto?