Faz rodar o pião redondo tudo em volta Atira a primavera e recupera o verão Terras e tempos tudo assume esse pião que rodopia e rouba o chão à folha solta
Joga tudo no gesto ríspido de vida Reergue o braço a prumo, arrisca - nessa roda riscada entre parede e tronco - a infância toda Tudo é redondo e torna ao ponto de partida
O sol a sombra a cal os pássaros os pés o adro a pedra o frio os plátanos... Quem és? Voltas? rodas? regressas? rodopias? nada
Mão do breve pião, levanta ao céu a enxada e que esta pobre vida para sempre seja - Vê lá! - tão bem coberta que nem Deus a veja