Nesta manhã de traço fino e ardente,
passei, caro Facó, por tua casa.
Inda estavas dormindo (ou já dormias)
o sono mais perfeito, mas vagavas
na safira em que os seres se deliam,
entre pardais bicando luz, e pombas,
nesse contentamento vaporoso
que a vida exala quando já cumprida.
Senti tua presença maliciosa,
transfundida na côr, no espaço livre,
nos corpos nus que a praia convidava.
Não sabiam de ti, que eras um deles,
e levavam consigo, dom secreto,
uma negrinha em flor, um verso hermético.