Marina Colasanti é uma escritora e jornalista ítalo-brasileira nascida na então colônia italiana da Eritreia.Viveu sua infância na Líbia e então voltou à Itália onde viveu onze anos.
No ano de mil quinhentos e quarenta e dois cento e cinquenta licantropos foram vistos uivando em alcateia na escura praça escura de Constantinopla.
O perigo quando um licantropo sai em noites de lua cheia não é seu cheiro entranhado em cada sombra não é seu andar furtivo junto aos muros nem sua presença nas ruas com outros lobos. O perigo é quando o licantropo volta para casa.
Que não abra a mulher à primeira batida. Do alto da janela o veria junto à porta hirsuto pelo e dentes lobo inteiro pronto a saltar-lhe em cima e devorá-la.
Que não abra a mulher à segunda batida. Pelas frinchas veria que no corpo do homem ainda pousa a nefanda cabeça.
À terceira batida abrir pode a mulher. Frente à porta sem lembrar que foi lobo só seu marido espera pronto a entrar na sua sua cama e possuí-la.
Aí no fero licantropo que invisível o habita começa o perigo.