Os bustos de Villa Cimbrone
não olham o mar.
Cravados de costas
nos caules de pedra
escutam
somente
a fala das ondas distantes.
É justo.
Se olhassem de frente esse mar
o azul entraria como sal
pelos poros
lambendo com língua macia
fazendo do mármore
concha
polindo apagando os contornos
dos olhos
das bocas
dos rostos.
No longo terraço plantados
ciprestes de pedra
os bustos escutam
escutam
sem ver.
Ravello, 2001