Quando as fachadas, tumulares, de pardas,
Defendem sonolências impassíveis,
Sou livre pra as boémias intangíveis
- E a noite intui-me cúmplices mansardas...
Franzino e ruivo, o céu todo tem sardas
E atraente nudez de impossíveis...
Eu sou talvez pintor de nus horríveis,
Zombo dos mestres e odeio as fardas!
Mas mal, estéril, assoma o brilho frio
- Que sempre a madrugada me frustrou
O contacto iminente ao fugidio -
Tenho medo de quem nocturno sou,
Da minha afinidade a um desvario
Que o outro mais casto em mim repudiou!