Rui Serra

Rui Serra

rui serra nasceu em novembro de 1972, data em que a unesco comemorou o “ano internacional do livro”. cresceu e sempre viveu no alentejo e, como o próprio diz: “sou alentejano de alma e coração, um ser emocional, que vagueia pelo infinito do imaginário.

1972-11-19 Serpa
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Alguns Poemas

Esteganografia da vida

Não. Esta foi a mais dura das palavras que tive de pronunciar naquela tarde, mas um sim seria impensável e só o tempo, muito mais tarde, revelou que afinal de contas aquela tinha sido a palavra mais sábia que algum dia pude proferir.

Importa saber que jamais possuí a capacidade de predizer o futuro em toda a minha vida, mas, sem saber o que naquele dia estava a fazer, tomei uma, se não, a decisão mais acertada e ajuizada de toda a minha existência.

O significado de tal palavra ecoou para sempre até aos confins dos dias.

Passado, como alguns de nós o entendemos, é algo que não existe. É algo que num determinado momento foi o presente e que na efemeridade da nossa existência passou. Não existe um passado, nem nunca existiu, existe sim um momento.

Nem imagino que a vida alguma vez tenha sequer existido. A vida existe neste momento em que escrevo estas simples linhas. O que está para trás também existe, única e exclusivamente na forma em que existe, não como um passado, mas como algo que está simplesmente aqui e que foi em tempos um presente.

O que pretendo dizer é que não existindo passado, também não existe qualquer tipo de futuro.

Futuro é apenas um tempo verbal do que, hipoteticamente achamos, está para vir.

E, é no meio destas duas condicionantes temporais que existimos. O que é o presente, se não o momento actual. E foi num momento como este, que embora pareça que foi passado, antes pelo contrário, foi, é e continua a ser presente, em que proferi aquela palavra que deu início a tudo o que alguma vez importará, em qualquer existência, minha ou tua.

No momento em que escrevo estas linhas o tempo está suspenso, culpa de uma conspiração cósmica que no seu sempre presente conspira para que o que realmente importa seja o momento, nada mais que o momento temporal que levo a colocar um ponto final nesta frase.

Presente significa agora. Significa o instante e é no presente instante que o presente se apresenta. Não há como o esperar, pois ele simplesmente é, nem como lhe fugir pois ele é. É no presente que reside a vida. Não deixes que o teu “passado” interfira no teu “futuro”, e vive o momento, vive o presente que se te apresenta.

Eu não sou nem quero ser um oráculo, nem quero aqui profetizar qualquer tipo de presente futuro ou futuro presente. Quero apenas deixar-te estes escritos para que os leias com toda a atenção e carinho e percebas o que te quero transmitir, que percebas a mensagem que está no seu interior.

Amo-te.

felicidade

e eis que chega 2017, e com o novo ano, sempre a esperança de uma nova vida, uma vida que não tem necessariamente de ser a trabalhar para pagar as contas e depois morrer. com este ano que agora começa, inicia-se também um ciclo de trinta e seis anos sob a regência de saturno. como em tudo na vida também o tempo se rege por ciclos, sejam eles noite/dia/noite; outono/inverno/primavera/verão/outono, etc. no campo da astrologia o mundo é regido por períodos de 36 anos. tudo na vida tem um início, um meio e um fim, que se traduz num novo começo.
o ciclo que agora se inicia e que ao ser regido por saturno, faz com que assistamos a um período de questionamentos sobre o sistema do governo e a forma como este é gerido, podendo mesmo assistir a grandes mudanças governamentais. entramos também num período de austeridade, de responsabilização e de compromisso para com o próprio, numa busca pela felicidade interior, deixando de lado o materialismo que nos trouxe o sol, que regeu o período passado. temos neste período e em oposição à ostentação do passado, uma busca pela contenção e obediência a uma sabedoria superior mais sublime e espiritual. renúncia ao material e seriedade do ser humano, essas são as prerrogativas de saturno.
é agora que devemos manter a nossa perseverança e lutar por aquilo em que na realidade acreditamos. o crescimento interior advém da luta em prol dos nossos ideais, das nossas convicções. o verdadeiro segredo da tua felicidade reside em ti, reside na capacidade que tens de fechar a boca e não contares nada da tua vida. que importa ter um iphone de última geração se não se tem pão na mesa. a ostentação dos bens materiais, dos bens terrenos, jamais levará à felicidade, à verdadeira felicidade. para muitos de nós importa ostentar uma vida que não temos nem conseguimos manter, apenas para sermos integrados num tipo de sociedade que não existe, pois é efémera. assim como a inveja é perigosa, também o é a capacidade do ser humano achar que chegou a algum pódio e ser aplaudido. essa felicidade é uma quimera sustentada por aqueles que vivem uma vida atrás de uma máscara onde são capazes de tudo, tudo menos encarar a vida e ser felizes. que felicidade obtiveste hoje com a fotografia que colocaste no instagram ? que felicidade obterias se ao invés ajudasses os mais necessitados, nem que fosse com uma simples palavra de amor e afecto. quais os valores que comportam a tua felicidade? ter um carro xpto, um smartphone de última geração ?
deixo-vos aqui uma meta para este ano: ficar em silêncio. meditar no verdadeiro, no derradeiro significado do que é a vida. como já atrás o disse e volto a repetir, não contes a tua vida para ninguém e sê feliz.
ser feliz é uma escolha. mais dia menos dia teremos de enfrentar os nossos demónios, de dizer não só porque o sim nos trazia aborrecimentos, de negar alguma coisa, de nos alhearmos das lágrimas de crocodilo daqueles que se fazem de coitados para nos magoar e obter de nós aquilo pelo qual não sabem lutar nem dar valor. a verdade liberta-nos, garante a nossa sobrevivência e a nossa felicidade.
viver em sociedade é complicado e requer um exercício contínuo de tolerância para não sermos levados à demência, um desgaste inútil com base em valores que não são os nossos. ao nosso redor vivem pessoas que pensam, agem de forma diferente de nós, não olhando a meios para atingir os fins. tenta manter a calma, respira fundo, sê gentil para contigo e para com os outros, tentando nunca os machucar e acima de tudo cobre-os com o teu amor, pois o amor falará sempre mais alto que qualquer arrogância. a felicidade está em ti, não abras mão dela.
"a mais profunda forma de desespero é escolher ser outro que não si mesmo."
- soren kierkegaard (1813-1855)
rui serra nasceu em novembro de 1972, data em que a unesco comemorou o “ano internacional do livro”. cresceu e sempre viveu no alentejo e, como o próprio diz: “sou alentejano de alma e coração, um ser emocional, que vagueia pelo infinito do imaginário. cresci a ouvir e a cantar à alentejana e gosto... choro e rio com facilidade... sou espiritual e espirituoso... amo intensamente a vida e vivo ao sabor dos meus caprichos... odeio hipocrisia e não suporto a arrogância... protejo aqueles que amo e busco incessantemente o meu caminho... sinuoso, imprevisível mas muito, muito rico... vivo no alentejo e partilho a vida com aqueles que me são queridos.”
desde cedo começou a escrever e em fevereiro de 2011 cumpriu o sonho de menino e editou o seu primeiro livro de poesia, “escritos de um outro dia”.
participou ainda em diversos concursos, sempre subordinados à temática “poesia”. por duas vezes escreveu para a e-zine “nanozine” e participou nas antologias: world art friends da corpos editora em 2011 e na antologia da chiado editora “entre o sono e o sonho” em 2012, 2013, 2014 e 2015.
a convite, participou num projecto do gafa, grupo de amigos fotógrafos amadores, onde consta um poema seu no livro alicerces, cujas receitas reverteram para a casa “acreditar” no porto.
em 2012, “memórias de uma pena”, o segundo livro de poesia do autor, vê a luz do dia através da chancela da corpos editora.
um ano depois e muita tinta gasta, rui serra edita agora, “fragmentos do meu pensar”, um livro, também este de poesia, onde se nota um certo amadurecimento do autor na relação com as palavras.
actualmente vive em brinches, serpa no alentejo, dividindo-se entre o trabalho a família e a escrita.
projectos não lhe faltam e tem em cima da mesa muitos que, espera ele, vejam a luz do dia num futuro próximo.
o último trabalho de originais reúne escritos dos últimos anos, onde o autor aborda os mais variados temas, no entanto, o amor é o leitmotiv de “fragmentos do meu pensar”.
a sua última participação foi na obra “talentos ocultos - vol.1”, que reuniu uma série de escritores de língua portuguesa, e que saiu em dezembro de 2014, sobre a chancela da ediserv.

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