Golgona Anghel

Golgona Anghel

Roménia
1827
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Prémios e Movimentos

PEN Clube 2014

Alguns Poemas

O seu andar às voltas

O seu andar às voltas,
hesitante como qualquer principiante,
o epicentro das suas mentiras,
o campo magnético do seu prazer,
o pólo norte do seu sexo,
essa sua melancolia de magnólia
gravada no horizonte de tantas Hiroshimas
seriam um desastre em Mishima.

Mas esse dente à morcego
a provar a couraça da minha paciência, essa
mania de acordarmos todos os dias,
de não termos nada e possuir tudo,
eis o que nos une para a eternidade.
Para além dos complexos freudianos,
fora das restrições genéticas,
debaixo de qualquer suspeita
arrumada à pressa nos livros de cabeceira.

Quando me perguntam por nós
não hesito em fundamentar a minha resposta
invocando as musas gregas e os seus curadores,
dando exemplos pertinentes
como este:
ibamus obscuri sola sub nocte.

As milhares de mónadas da minha história psíquica
giram ciclicamente em torno da sua franja,
passam horas
contemplando a sua saia solar
no ondear ligeiro das searas.
Quando não há searas,
ligo a ventoinha e a saia flutua na mesma.
Haverá certamente uma altura em que
os anais do google irão disponibilizar on-line
os ficheiros secretos do nosso destino.
Alguém contará, então,
com a voz distorcida pela censura,
que me abandonava vezes sem conta
com o exagero das hipérboles,
que voltava depois
com o remorso tácito dos pontos suspensivos,
até quando?
que noite após noite me abastecia de requintados
pesadelos, flores de plástico e pastilhas Trident,
até que um dia,
pegou no tempo que nos restava juntos
e foi dar um passeio à parte mais negra da floresta.
Golgona Anghel é licenciada (2003) em Estudos Portugueses e Espanhóis na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e doutorada (2009) em Literatura Portuguesa Contemporânea na mesma universidade. Atualmente, é bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia e desenvolve um projeto de pós-doutoramento sobre cinema e literatura, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Publicou dois livros de ensaio — Eis-me acordado muito tempo depois de mim, uma biografia de Al Berto (Quasi Edições, 2006), Cronos decide morrer, viva Aiôn, Leituras do tempo em Al Berto (Língua Morta, 2013) e preparou uma edição diplomática dos Diários do poeta Al Berto (Assírio & Alvim, 2012).
Com uma mão numa salada de ovas de bacalhau e outra numa caneta de tinta permanente, escreve, hoje, sem trégua, espalha doenças, alimenta casos perdidos, parte os dentes dos curiosos passageiros. Tudo isto está devidamente registado: Crematório Sentimental (Quasi Edições, 2007), Vim porque me pagavam, (Mariposa Azual, 2011), Como uma flor de plástico na montra de um talho (Assírio & Alvim, 2013).

Não se lhe conhecem estudos mas leu todos os livros escritos ao sul de Reykiavik. Tem medo de estar sozinha e pensa em voz alta. Gostava às vezes de ter o seu próprio Sul. Nos registos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras figura como Doutoranda em Literatura Portuguesa Contemporânea, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É recentemente procurada por tráfico de ilusões perdidas. Descansa cada vez menos. Escreve.
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