Canção do Exílio
I
No vale de árvores mil
Encontro-me na paz feroz
Longe do açoite do algoz
Nesta terra o Brasil
Talvez eu seja um de mil
Que ao alimentar-se dessa noz
Lembre-me que um dia foram nós
Os habitantes de Brasil
É de natureza inverossímil
O som da cana moída por vós
Trabalho incumbido a nós
Pelos ditos senhores de Brasil
O medo faz-me tomar medida vil
Agora separar-me-ei de vós
Pois já escuto ao longe o algoz
Saindo de seu covil
II
O frio reconfortante
Embebeda-me com sua paz nauseabunda
Em meio à natureza profunda
Dessa terra estonteante
Como os fluídos do amante
Escorre pela coluna corcunda
Da cervical até a bunda
O suco de cheiro enfastiante
A dor pujante
Lembra-me da antiga rotunda
De uma tribo moribunda
Agora uma lembrança distante
Por sobre o rosto enfante
Vermes vindos da terra fecunda
Adentram a enclausura moribunda
De um espírito delirante
III
Como sinto falta da floresta!
Que um dia para nós fora
Uma irmã, mãe e protetora
Desta, agora nada resta
Encontro-me agora nesta
Retornando à fauna e à flora
Pela boca do verme que me devora
Para dar vida à Mãe-floresta
Talvez fique indigesta
Com o filho que agora
Sentindo medo de viver lá fora
Retorna de maneira funesta
O corpo que a natureza empresta
Ao nativo que vos fala agora
Nunca calçará a espora
Que deixa a natureza indigesta
No vale de árvores mil
Encontro-me na paz feroz
Longe do açoite do algoz
Nesta terra o Brasil
Talvez eu seja um de mil
Que ao alimentar-se dessa noz
Lembre-me que um dia foram nós
Os habitantes de Brasil
É de natureza inverossímil
O som da cana moída por vós
Trabalho incumbido a nós
Pelos ditos senhores de Brasil
O medo faz-me tomar medida vil
Agora separar-me-ei de vós
Pois já escuto ao longe o algoz
Saindo de seu covil
II
O frio reconfortante
Embebeda-me com sua paz nauseabunda
Em meio à natureza profunda
Dessa terra estonteante
Como os fluídos do amante
Escorre pela coluna corcunda
Da cervical até a bunda
O suco de cheiro enfastiante
A dor pujante
Lembra-me da antiga rotunda
De uma tribo moribunda
Agora uma lembrança distante
Por sobre o rosto enfante
Vermes vindos da terra fecunda
Adentram a enclausura moribunda
De um espírito delirante
III
Como sinto falta da floresta!
Que um dia para nós fora
Uma irmã, mãe e protetora
Desta, agora nada resta
Encontro-me agora nesta
Retornando à fauna e à flora
Pela boca do verme que me devora
Para dar vida à Mãe-floresta
Talvez fique indigesta
Com o filho que agora
Sentindo medo de viver lá fora
Retorna de maneira funesta
O corpo que a natureza empresta
Ao nativo que vos fala agora
Nunca calçará a espora
Que deixa a natureza indigesta
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