

João de Castro Sampaio
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2000-09-26 Ouro Preto
21300
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A vida pelo espelho
Eu vejo a vida em olhos cheios de lágrimas
Refletidos em um espelho.
Não gosto da vida; maltrato-a sempre que posso.
Em minhas mãos o florescer torna-se tedioso
E o pôr-do-sol me deixa cansado.
É isso, estou cansado e não gosto da vida,
Da vida nas ruas
Da vida nas casas
Da vida nas línguas
Da vida nos cabelos
Nas cinzas do fogo que queima, na água que corre, no vento que grita, na terra que chora
Da vida na terra meu Deus, até disso me canso, me canso
De coisas que não me atingem,
De coisas que não vejo, e estas são a maioria.
Essa arte de ver o mundo pelo espelho
Manteve-me distante de abcessos, é verdade,
Mas também me tornou este cansado e tedioso que sou.
Faria bem eu em estilhaçá-lo então?
Sim, de certa forma, posso ter essa certeza
Pois quebraria a distância entre
A flor e o pôr-do-sol e a vida, porém,
Para onde iria a minha imagem,
Aquela, que tanto me habituei
A contemplar
Durante todo esse tempo?
Refletidos em um espelho.
Não gosto da vida; maltrato-a sempre que posso.
Em minhas mãos o florescer torna-se tedioso
E o pôr-do-sol me deixa cansado.
É isso, estou cansado e não gosto da vida,
Da vida nas ruas
Da vida nas casas
Da vida nas línguas
Da vida nos cabelos
Nas cinzas do fogo que queima, na água que corre, no vento que grita, na terra que chora
Da vida na terra meu Deus, até disso me canso, me canso
De coisas que não me atingem,
De coisas que não vejo, e estas são a maioria.
Essa arte de ver o mundo pelo espelho
Manteve-me distante de abcessos, é verdade,
Mas também me tornou este cansado e tedioso que sou.
Faria bem eu em estilhaçá-lo então?
Sim, de certa forma, posso ter essa certeza
Pois quebraria a distância entre
A flor e o pôr-do-sol e a vida, porém,
Para onde iria a minha imagem,
Aquela, que tanto me habituei
A contemplar
Durante todo esse tempo?
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