ULTIMA DEIXA

Um dia, quando minh'alma decidir morrer,
Assim, um pouco mais do que já morri... ,
Que as pedras da infância, onde eu corri,
Permaneçam pra outros também correr.

E quando esses meus passos nunca dados
Percorrer aquelas ruas num cortejo,
Que as saudades guiem todo o solfejo
Dos choros sobejais dos encarnados.

Por fim, quando me porem no estrado
Para velar-me, à beira da velha capela,
E Chárõn ressurtir pra ser meu guia;

Que o Nada que eu tenho seja o pago;
Que eu fique para trás e, ao pé da vela,
Encontre meu final na lousa fria.

Itamar FS
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