Quem realmente importa
Dedico este poema à pessoa que sempre mereceu minha dedicação, embora eu nunca tenha tido olhos para ela; recentemente, tenho aprendido a amá-la pouco a pouco. Busquei nos outros o que sempre esteve dentro de mim mesmo. Estar só não me traz uma paz profunda, mas me permite encarar face a face quem eu realmente sou. Às vezes, essa solidão me assusta, mas também me concede pensamentos intrigantes. A cada café matinal, valorizo ainda mais minha própria companhia, aquela que negligenciei por tanto tempo. Em cada ida ao cinema, risada e nova experiência, percebo que o amor verdadeiro sempre esteve dentro de mim.
Hoje compreendo que antes de escrever versos para amores externos, deveria ter tecido milhares deles para mim mesmo. Agora sei como apreciar minha própria presença, amar cada detalhe que me compõe. Namorar a si mesmo é uma arte que nos leva a reflexões profundas, nos eleva a um patamar onde nenhum amor externo pode alcançar.
Entendo que este poema não é apenas importante para mim; seria egoísmo guardá-lo só para mim. Por isso, compartilho estas palavras na esperança de que todos que, como eu, priorizaram o amor pelo outro em detrimento de si mesmos, possam ler e começar a se amar um pouco mais. Que estas palavras breves possam inspirar o autoamor e valorizar a companhia daqueles que realmente importam "nos mesmos".
Carlos Roque
28/05/2024
Escritas.org