A minha xícara de café

Matutando sobre o que é Deus,

Não consegui ir além do eu que é só o meu:

Deus é um ser primitivo de forças infinitas e inexplicáveis.

Não sei como viajar nessa viagem.

 

Matutando sobre o que é poesia

Também me perdi em plena luz do dia,

Parece que é tão inexplicável quanto Deus.

Não! Não é. É exagero meu.

A minha vó está me tachando de ateu,

Herege, arruaceiro, subversivo...

Mas eu quero apenas o que eu vivo

E estar feliz

Por não pôr a venda o meu nariz.

 

Viver para sentir, para imaginar

O belo e o elo entre o duelo

E a harmonia que pode originar

O fazer e o prazer do caramelo

E a percepção do peso do castelo

Sobre o chiado do chinelo.

 

O que é poesia?

O amor, a dor, a tristeza, a alegria?

A escuridão da noite, a luz do dia?

A desconstrução da construção?

O espanto que explode com o trovão?

A senha que assanha a emoção?

O vagalume que pisca por segurança e diversão?

A lata que contém o incontível?

Os olhos que veem o invisível?

É um passeio pelo ar, pelo mar e pelo chão

Que limpa a visão e alegra o coração?

Sei lá o que ela é.

Pode ser a minha xícara de café.

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