

ERIMAR LOPES
Mil Santas palavras constroem, mas as ditas malignamente corroem e, se são fracas as bases, a essas destroem.
JESUS VÊM
Sem tato descarto o que é santo, sem manto sou rebelde desencanto, sou flagelo. Cúspide do zangão amarelo, ferrão de morte, sem sorte. Cego vago pelo tato, sou extrato da conformidade que tropeça, que cai e recomeça. Sou um, sou mil, um milhão sem fronteiras, buscando a paz, um lar, recursos, às eiras nem beiras, besteiras. Todavia nem o crido ou o cético as vezes tem um canto, todavia tem espanto, pranto. Mãos calejadas, cicatrizes não fechadas. Aonde tudo isso vai dar, para o grande ou o pequeno na terra não haverá mais mar. O que esperar, quantos já se foram e quantos ainda virão. Para falarem de lucros e riquezas, quantos ainda esperarão. Sou desassossego, vaidade, asperezas, todas as belezas murcharão. Sou todo olho que cego vaga vão apoiado num frágil bordão. O tropeço, a queda, o recomeço, tudo tem o seu preço para a mão que balança o berço. Sou diapasão que afina o instrumento, homem cego que toca a nota distinta no certo momento, e ouve o sonido da trombeta. O arrebatamento. Jesus vêm.
Erimar Lopes.
Escritas.org