BUCAL DO VENTO

No bucal do vento,
escorrem escorpiões
Soltam perdigotos de raiva.
labaredasdescontroladas em palha seca.
Fronteiras de acabamentos
brilhantes de ego.
Insuflado no vento do borboto
onde assenta
o bucal do vento.

Se fosse paiol
faria chover pólvora
seca, na cabeça
do bucal sedentário
cigarro de queimadura lenta
se fosse a labareda
carbonizava-lhe o lábio
de ventríloquo assanhado
faria ruir vigas mestras
no químico adulterado
das papoilas

choveriam borbotos
até ao limite da visão
e segmentos de escorpião
em que o veneno,
depositado nas línguas
que sopram o lamento,
se trasladaria para
o bucal do vento.

porPaulo Mouta

157
0

Mais como isto



Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores