Jamaveira Marx
J-untando os cacos
A-ndo no compasso
M-edindo o tempo
A-procura da eternidade...
V-ersos aos ventos
E-m águas turbulentas
I-mponho o timão
R-odo a rota
A-lém mar...
1954-06-19 João Pessoa
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A flor do medo
A flor do medo
Sobressaltei de madrugada
Olho assustado pros
lados
Aquele olhar de justa
causa
Faz-me tremer de
medo...
A razão chegava
sem-hora
Marcando em juízo as
provas
O leito agora minha
alcova
Todas as sombras
aflitas
Ecos escapam pelas
frestas
Correm em direção
certa
Buscam perdão
comunhão
Os olhos arregalados
espreitam
No parapeito gato
preto
Seus gemidos sinfonia
fúnebre
Meu coração triste
regência
O vazio é tão grande
Vejo todos os sonhos
caírem
O tempo túnel escuro
Pensamentos em
purgatório
Clamam perdão em
agonia
Vampiros malditos
sugam o lirismo
Resta apenas a
realidade
Na ventania gélida se
foi à utopia
O inferno abrigo pungente.
Jamaveira®
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