José João Murtinheira Branco

1954-01-27 Vila Franca de Xira
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POEMAS DAS PALAVRAS RASGADAS - I


A flecha só morre no pássaro, quando a luz

se apaga e o canto se escreve!

É nessa dor que começa o poema

de palavras rasgadas,

como se a alma quisesse libertar

das suas amarras

as frases contidas no sentimento,

que o momento sente e reproduz

injetando nelas o ar para respirar.

Soltas e desenfreadas

fluem livremente à velocidade

que a mente prescreve,

divagando na inspiração!

São como o cântico das cigarras,

livre e selvagem,ressoando

quando o dia perde a luz.

Espontâneo e intemporal, opoema

corre galgando alegrias e dores

ao sabor de uma corrente,

que leva emoções na viagem

do seu sentir! Canta tristeza,

chora no riso, fala deamores,

pulsa na saudade,

reage pragmático à visãoromântica!

Esmaecendo-se nos costumesténues

e tépidos na genéticaperseverança,

ante agoniatelepática de uma imagem

em semelhança com a fraseque ecoa

por dialética semântica.

A poesiaé o lirico idioma do espirito,

grito do inominável, o urro do imprevisto.

Onde respiram pensamentos sequiosos

epalavras que queimam, fortes e sensiveis.

renegandoa vileza do ultraje, da tortura

e dos impropérios obsequiosos,

proferidos em tom mordaz

por alguns cretinos insensíveis,

que vão surfando a onda da desventura.

João Murty

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