Manito O Nato

Manito O Nato

06 abril Rio de Janeiro
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Pandorga

Crueldade!... Linha lhe sobra, e suspiro...
Cabeceia a pandorga qual ginete fogoso
Ao cabresto, instada sempre a restrito giro,
Órfã da penúria e do conquistar custoso.

No olhar do menino sorriem as cores,
Que ao sol, em brilho de contas reluz.
No olhar do menino fantasmas raptores
No disfarce do vento que a pipa conduz

A roxa pandorga contida reteve saudade!
Revestida da mordaz crueza que não finda,
Firma a suspeita que de lá da tenra idade
Anacrônico mastro o menino ainda guinda.

Nostálgico, o olhar infante veste a realidade
Em esmaecidas cores de cintilar purpurino,
E nela o quanto almeja ainda a liberdade
Da pipa, agora desbotada, o ignoto menino.
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