Exílio do Coração

Exílio do coração
Em toda a tua vida
Um mar de sombras
Mansa onda que desdiz ardida
É na foz do tempo a tua nascente
E a dor da chegada é tua partida.
Se todo o gozo é algoz saída
Na indolência suicida que vai e vem
Se todo o veneno é uma bebida
É insensato e pequeno não ir além.
É nesta pobreza que se morre à míngua
Com a fartura dos sentidos ao teu redor
Frente ao espelho uma negra língua.
O vazio da tua alma em mi menor.
Quando o sonho encharca uma semente
Os seus fantasmas no passado ficarão
E há tantas estrelas na noite que te oriente
Uma leve brisa transformar-se em furacão.
Alexandre Montalvan
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