Mayara Luiza

Mayara Luiza

Entusiasta de filosofia e leitora de Nietzsche. Adora expurgar seus sentimentos numa tela de notebook.

1997-04-21 São Paulo
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CINISMO

É muito difícil olhar para o que é feio em nos mesmos.
É como olhar para um abismo, ficar a beira e quase pular.
"Quando você olha para o abismo, o abismo olha para você".
Os ajuizados e convencionados nunca olham, uma vida de negação.
Mas os insanos o fazem, às vezes sem querer, às vezes por prazer.
O louco é o mais nobre e inexorável por fazer exatamente isso: Ficar na beira do
abismo por muito tempo, primeiro porque não teve medo, segundo porque sabe que a felicidade vira lembrança, mas a dor o engrandesce e o deforma. Terceiro porque vê a beleza da onipresença do próprio âmago perante ao ríspito, ao sujo, ao vazio. Aí já não tem pudor... e pula!
Mas se todos nós temos um pouco de loucura, espero que sejamos então menos virtuosos e mais
de carne,
de osso,
de manha,
de inveja,
de bondade,
de ciúme,
de desejo,
de paixão,
de desisteresse e
de tato.
Quero ser de tudo o que tiver de ser!

Para isso, pergunto: o quão perigoso é ir além do que é tacitamente proibido?
O quão não é só dor, loucura ou liberdade?

Mas eu me pergunto até onde vai o cinismo.
Eu me pergunto até onde vai a falta de auto conhecimento.
Eu me pergunto o por quê de tanta virtude fingida.
Eu me pergunto até onde vai o cinismo.
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