Meire Moreira

Meire Moreira

Jornalista e comedora de paçoca.

1900-05-27 São Paulo
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Filhos do nada

Dói ver que eles caem feito moscas
Enquanto as balas atravessam seus corpos
Dói porque ninguém é por eles
Estão sós, perdidos, na periferia da cidade
Na periferia da vida
Se têm nome ninguém sabe
Se têm alma ninguém vê
Jazem aqui e ali sem nenhum proveito
A sociedade vira a cara para seus esgares
E eles caem feito moscas
Mas moscas um dia pelo menos voaram...
Eles nem isso.
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