Alguns Poemas

16 Poemas

Ao mundo de agruras
Por que voltar novamente
Se buscando estou
O orvalho da flor de lótus
Para nele me molhar? (de 31)
Jamais reveleis
A morada passageira
Da mergulhadora
Não vos lembrou da promessa
A lasca de alga enviada? (de 80)
Desmoronaram-se
Os montes gêmeos Imose
Sobre o belo Yoshino
Rio que entre eles corria
Rio por eles soterrado. (de 80)
Montanha de neve
Que rara nos parecia
Cá neste lugar
Por todo canto repetida
Mas que ideia mais banal! (de 83)
Superfície d’água
De frágil gelo coberta
Derrete-se ao sol
Também os nós muito frouxos
Facilmente se desatam. (de 86)
Desta tal pessoa,
Se não fosse mesmo herdeira,
Como quereria
Na reunião desta noite
Ser a primeira a compor? (de 95)
Ervas-sem-orelhas
Colhidas em profusão
Que pena me deram!
Entre tantas plantas
Somente me ouvem crisântemos… (de 125)
Pela noite adentro
Falso galo a cantar
Posto em Ôsaka
— Lugar de encontros de amor —
Que tentem, não abrirão! (de 129)
Flor não apreciada
Pelo tom de sua cor
Sofro por demais
Por meu real sentimento
Ver tal incompreensão. (de 177)
Mesmo o inexprimível
Como divino sinal
Deu-me bom papel
Novo alento à eternidade
Até a idade dos grous. (de 258)
Que hospedagem é esta?
A face primaveril
Maculada está
Por sobrancelhas grosseiras
De vil salgueiro-chorão. (de 282)
Os dias de primavera
Por aqui contemplo
Tédio vagueando…
Como não os suportais
Em celestial Palácio? (de 282)
Fogo pequenino
Num dia primaveril
O feno consumiu
De seu quarto de dormir
Como nada se salvou? (de 294)
Jurai-me, querido
Perante esta divindade
De Tôtômi
Que jamais teríeis visto
A ponte de Hamana! (de 296)
Como é inevitável
O coração palpitar
Em Ôsaka!
Fácil é descobrir as águas
Das corredeiras de Hashirii. (de 297)
Jamais cogitei
Da Capital me afastar
Quem foi que vos disse
Sobre a aldeia de Ibuki?
Sobre artemísias dos montes? (de 298)

Da primavera, o amanhecer

(1) Da primavera, o amanhecer. É quando palmo a palmo vão se definindo as esmaecidas linhas das montanhas e no céu arroxeado tremulam delicadas nuvens.
Do verão, a noite. Em especial, os tempos de luar, mas também as trevas, de vaga-lumes entrecruzando-se em profusão. Ou então, os solitários ou mesmo em pares que seguem com brilhos fugazes. A chuva também é igualmente bela.
Do outono, o entardecer. São os momentos do arrebol da tarde em que o sol se acha prestes a tocar as colinas, quando se tornam comoventes os corvos que se apressam para os ninhos em grupos de três ou quatro, ou dois e três, e o que diríamos então, ao avistarmos os minúsculos gansos selvagens seguindo em fila, que encantadores! O sol já posto, melancólico soa o ciciar do vento e o canto dos insetos.
Do inverno, o despertar. Indescritível é com a neve caindo e nele incluo a ofuscante brancura da geada. Mesmo na ausência destas, em manhãs de um frio cortante, o apressar das pessoas em acender o fogo e o corre-corre entre os aposentos com os carvões acesos são cenas típicas desta estação. O sol já nas alturas e o frio mais ameno, não nos cativa mais que a brasa já quase tornada cinzas no braseiro portátil.
(3) Coisas que são iguais embora soem diferentes. A fala do religioso. A fala do homem, a fala da mulher. Na fala dos medíocres sempre sobram palavras. O comedimento, sim, soa elegante.
(21) Mulheres que se satisfazem com uma felicidade singela e um futuro previsível e estável são deprimentes e desprezíveis. Acho, pois, que as jovens de boas famílias deveriam prestar serviço na Corte para alargar sua visão de mundo e acumular experiências como Vice-Chefe do Setor de Atendentes da Ala Feminina do Palácio Imperial. […]
(23) Coisas que deixamos de cumprir: a prática da abstinência religiosa, preparativos para compromissos num futuro distante, Reclusão prolongada no tempo.
(24) Coisas que são desdenhadas: muros danificados, pessoas conhecidas por seu coração bom demais.
(27) Coisas passadas que nos causam saudades. Flores ressequidas de malva. Ornamentos do Dia das Meninas.
Momentos em que nos deparamos com um retalho tingido de roxo-carmesim e roxo claro avermelhado prensado entre págians de uma brochura. Ou, em tedioso dia de chuva, encontrar cartas que outrora nos comoveram.
O leque do ano que passou.
(60) Para aqueles que deixam a casa da amada antes do amanhecer, parece desnecessário ter de ajeitar devidamente todos os trajes ou de atar firmemente o cordão do chapéu laqueado. Desleixados e desalinhados em trajes palacianos ou cotidianos, haveria quem deles zombasse ou criticasse quando com eles se deparassem? [...]
(66) Quanto a temas de poemas, a Capital. A planta trepadeira kuzu. A espadana d’água. O cavalo. O granizo.
(113) Quanto ao inverno, o bem frio. Quanto ao verão, o de calor sem igual.
(134) Coisas que são desprezadas. Pessoas feias e de mau caráter. Cola de arroz cozido e apodrecida. São coisas que todas as pessoas evitam, mas nem por isso vou deixar de registrá-las. Elas existem no mundo, como ainda a remanescente tenaz de bambu do cerimonial fúnebre. Esta brochura não foi escrita para as pessoas lerem e eu me propus a nela anotar inclusive as coisas estranhas e detestadas.
(154) Por estar de luto pelo falecimento do Conselheiro-Mor [...]
Preservar com cuidado os fatos passados é um gesto elegante. As mulheres não os esquecem, o que não se observa entre os homens, e é realmente muito divertido porque eles falham até na tentativa de rememorar seus próprios poemas. [...]
(160) Coisas distantes que parecem próximas. A Terra Pura. A travessia de um barco. A relação entre um homem e uma mulher.
(171) A casa de uma dama que vive sozinha apresenta-se bastante danificada: muro de terra batida por terminar, plantas aquáticas que invadem o lago e, embora o jardim ainda não esteja totalmente coberto de artemísias, podem-se ver as ervas daninhas verdes por entre as pedrinhas – uma imagem de tanta solidão chega a comover. É tão desinteressante quando nada há para ser consertado, com o portão bem trancado e tudo na mais devida ordem que nos enfastiamos muito.
(183) Em meio a uma tarde muito quente, pensava no que fazer para amenizá-la; o leque trazia-me apenas ares mornos e eu me deliciava molhando a mão na água com gelo, quando alguém me trouxe uma carta, em papel fino do mais puro vermelho, amarrada a um galho de cravina-chinesa em plena floração carmesim. Aquilo me fez sentir o cuidado profundo e a delicadeza que por mim nutria quem me escrevia em meio a tal calor e me levou a abandonar o leque que teimava em usar mesmo sem trazer alívio.
(188) Quanto a ventos [...]
Nada há de mais admirável e comovente do que a manhã seguinte ao tufão. [...]
(215) Ao atravessar o rio sob o intenso brilho do luar, é lindo ver as gotas d’água se espalhando como cristais a se fragmentar à medida que os bois caminham.
(232) Quanto ao que cai, a neve. O granizo. A neve chuvosa é detestável, mas é encantadora a brancura que se destaca quando cai. É maravilhosa a neve sobre o telhado de casca de cipreste, sobretudo quando está para derreter um pouco. É também verdadeiramente fascinante quando a neve, ainda pouca, se acumula no telhado plano e o sombreado de seu contorno faz ver formas curvas.
A chuva fina e intermitente de outono e o granizo sobre o telhado de tábuas. Também a geada sobre o telhado de tábuas. Ou no jardim.
(241) Coisas que simplesmente passam e... passam. O barco à vela. A idade das pessoas. A primavera, o verão, o outono, o inverno.
(252) Nas faces humanas, uma parte especialmente bonita é sempre digna de apreciação e admiração, por mais que a contemplemos. As pinturas, por exemplo, não mais atraem os olhos quando vistas com frequência. As pinturas de biombos que estão sempre ao lado, também, apesar de bastante apreciáveis, não mais nos prendem os olhos. As fisionomias, por sua vez, exercem uma atração intrigante.
Mesmo os objetos frios sempre têm uma parte bonita que chama a atenção. É uma pena que, do mesmo modo, também nos chama a atenção uma parte feia.
(285) Coisas que incitam à imitação. Bocejo. Criancinhas.
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