A Cidade I
Sepulcros caiados
gritando grafites!
São Paulo, comoção da minha vida...
Viola que nem por fora é bela!
Cadê o toicinho daqui?
O gato comeu...
Cadê o gato?
Fugiu pro mato...
E cadê o mato?
O fogo queimou...
O fogo que a água apagou...
A água que o boi não bebeu
porque imunda das abluções infindas
de milhões de fariseus.
Há algo de muito podre no reino das Multimarcas...
Ó a grita dos grafites,
grita que aos céus se alevanta!
In: GARCEZ, Maria Helena Nery. Conta gotas. São Paulo: J. Scortecci, 1987.
NOTA: O terceiro verso cita, com alterações, o primeiro verso do poema "Inspiração" (São Paulo! comoção de minha vida...), do livro PAULICÉIA DESVAIRADA (1922), de Mário de Andrad
gritando grafites!
São Paulo, comoção da minha vida...
Viola que nem por fora é bela!
Cadê o toicinho daqui?
O gato comeu...
Cadê o gato?
Fugiu pro mato...
E cadê o mato?
O fogo queimou...
O fogo que a água apagou...
A água que o boi não bebeu
porque imunda das abluções infindas
de milhões de fariseus.
Há algo de muito podre no reino das Multimarcas...
Ó a grita dos grafites,
grita que aos céus se alevanta!
In: GARCEZ, Maria Helena Nery. Conta gotas. São Paulo: J. Scortecci, 1987.
NOTA: O terceiro verso cita, com alterações, o primeiro verso do poema "Inspiração" (São Paulo! comoção de minha vida...), do livro PAULICÉIA DESVAIRADA (1922), de Mário de Andrad
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