O Lago

Estranho
Lago!
Num lugar ermo,
Seco, triste, árido,
Feito de algo reluzente e claro
Onde a lua...
Na melancolia do sol à tarde,
Na solidão da noite,
Ou no desespero da madrugada
Chora uma dor,
Naquele lago.
Mais que dele não se bebe,
Apenas se consente o pranto,
Ao vê-lo como espelho de almas.
E que parecendo límpido,
É salobro, insalubre e amargo,
De certos gostos e desgostos,
Que de mim, de ti, de tantos...
Emprestamos nossas dores
Para àquele lago.
Onde não se pode mergulhar,
Por não haver fundo nem volta,
Só os profundos e obscuros sentimentos,
De todos os dilapidados,
Restos de almas quase mortas,
Que pulsam e agonizam,
Como a dor de meu peito,
Sendo então feito àquele lago.
De fragmentos de vidas e lágrimas.

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