jbcampos

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Escritor best-seller - psicanalista - teólogo - aposentado.

1946-02-27 Tatuí SP
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Alguns Poemas

A descida

A DESCIDA DO EREMITA

- Amigo leitor, de onde viemos e para onde vamos?
Estes escritos têm a pretensão de lhe mostrar o caminho pelo qual, você, caro amigo leitor, encontrará o seu próprio caminho rumo à tão almejada felicidade. Você poderá achar este introito um tanto petulante, porém, afirmamos-lhe, que nasceu do imo da nossa alma, creia! Desejamos-lhe prazerosa leitura, com a honra desta dedicatória, pois, você é o causador maior do nosso ensejo de escrever. O iluminado

Capítulo 1

A MONTANHA DOIRADA

Lá do alto, bem do alto da montanha descia o homem, também conhecido pela alcunha de: "O Homem da Montanha". Descia para viver seu aprendizado, que era realmente muito diferente do convencional. Houvera vivido longos dias no cume daquela montanha de porte médio, pouco admirada pelos homens, talvez pelo desinteresse mineral exploratório, oxalá, interesses latentes e futurólogos por pedras britadas, mesmo assim lá estava vivendo o eremita. Vegetariano por força circunstancial. Jonas, o nome do profeta-horticultor, muito jovem ainda, subira ao monte e descobrira uma gruta, buraco da natureza, o qual, sem a menor sombra de dúvida, passou a figurar como objeto de sua paixão. Seu grande sonho, como ele próprio dizia, era a paleontologia. Sendo residente contumaz daquela loca incrustada no granito refratário e gélido, sem fazer o menor sentido para alguns poucos conhecedores deste seu novo endereço que, somente por este simples fato, proferiam palavras ignominiosas a seu respeito, referenciando ao seu modo de vida tão incomum. Ao lado esquerdo daquela enxovia, a alguns metros, um escarpado com suas bordas floridas e uma beleza verdejante central, faziam notórios os valores vegetarianos de Jonas. Um veio d'água da grossura de polegar de pessoa normal, escorria de dentro da gruta, como se fosse gente grande em sua perenidade, cujo curso fora direcionado para o belo escarpado vergel, sendo pelo sistema de irrigação hidráulico, natural e por gravidade, confeccionado em mangueiras, imerso sob a Alameda das Formigas, com placa indicativa, estando grafado na entrada da caverna, somente um número, o: 1 (um). Alameda das Formigas, nome este que Jonas arranjou para endereço, inspi-rado no grande formigueiro que existia no caminho que levava à entrada daquela enorme caverna. Então, Jonas, movido pelo seu espírito parnasiano, escreveu estes versos inspirado nas formigas trabalhadeiras daquele local

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A DESCIDA DO EREMITA

Amor, sempre amor

Espinhos e flores

Os nossos encontros não se dão ao acaso, já nos amamos em outras esferas. Falamos sobremaneira do Amor, bem, não temos ainda a capacidade de substituí-lo por outra compreensão. Realmente, Ele é um sentimento inefável! Juntos, façamos uma analogia deste nobre sentimento; ora, o confundimos com a paz, ora, com nirvana, bem-aventurança, piedade, caridade, etc. Porém, esquecemos de um detalhe preponderante e propulsor do Amor, e por metáfora podemos entendê-lo melhor: "Do espinho nasce a rosa." - "O pai fustiga o filho a quem ama." Às vezes, aconselhamo-nos mutuamente com açoites verbais e o fazemos no mais puro amor inconsciente! Os grandes Mestres deixaram escritos de exortações à humanidade no decorrer de suas existências, sempre calcados no amor. Gandhi, Jesus, Buda e outros, ensinaram enfaticamente o Amor. E por que nós, pobres aprendizes, discípulos ainda, daríamos primazia a outros sentimentos? Daí frases: "O Amor é o vínculo da perfeição." - "O Amor tudo suporta, tudo crê, é tolerante, é bondoso, etc." É necessário que exista o seu uso, para que se faça senhor. É chegada a hora de colhermos as rosas, mas, temos de nos cuidar com os espinhos! Nesta analogia, podemos concluir fatos maravilhosos: O Mestre Jesus, ao ser açoitado, esbofeteado e crucificado, perdoava seus algozes com o mais puro Amor, enquanto, sua carne era dilacerada pelos espinhos. Ele colhia as flores do Amor divino! Bem, no nosso corpo existem elementos químicos naturais, providos pela mãe natureza, e quando o espinho no nosso físico for insuportável, entraremos em catarse profunda e, mesmo assim, colheremos as rosas dessa dopagem natural. Então, podemos entender que, a dor (espinho) de parto, produz o maior amor (flor), o nosso filho. Amemo-nos uns aos outros, no Amor do Cristo! Que a paz e a alegria de viver transbordem os nossos corações!

Do livro: "Nuanças" de

jbcampos.



NUANÇAS

Tem dia

Tem dia que se inicia com o tédio da melancolia qual redundância entedia desde a infância, porém, indo além, existe um remédio que muito remedia, receitado pela médica do dia a dia. Doutora Musa, que muito abusa dessa receita sem contraindicação, já que faz uso do laboratório palpitante e decantado, chamado: Coração. Às vezes a Medusa fica inclusa nessa situação, a qual cobra com suas cobras a subserviente mente, criando em segredo iminente medo de suas vis serpentes ao traçar de toda obra. De repente ressurge a Musa contente e sorridente espantando essas víboras maldizentes e perigosas. Como age o Amor, antigo protetor invisível e indizível de qualquer dor. Sempre aparece contente, sorrindo com alvos dentes com sorriso de ardor incandescente.

Tem dia que a gente parece ter reaparecido num paraíso distraído e para isso há de se conservar o juízo de meros mortais em busca do verdadeiro céu, já que foi isso que ensinaram ao léu e muito mais.

Cada escola com sua santa estola, quiçá, com criminosa pistola de imposição a prender por falsa esmola a cabeça em velhaca cartola.

Tem dia, que o assédio realmente assedia, colocando a gente numa nua e fria via, mão da mais cruel ilusão, mas pode-se ouvir sem pretensão, uma melodia como a linda canção de Ave Maria, No Morro, do esperto Herivelto e Pery, coisas de pai e filho ao nosso socorro, de Gounod, dos idos de bisavôs, na incomparável voz que somente escala e jamais se cala. Ave, Maria Callas ao se vislumbrar belo dia de amor e sedução, são várias meu amado irmão, do velho alemão Sebastian, dos ítalos Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini, todos trazendo-a em sua verve; pacificante canção.

Os dias são feitos de altos e baixos.

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O terreno de Tonico

Tonico, um homem simples que venceu na vida como comerciante, após trabalhar 18 anos a um senhor judeu que havia fugido da Polônia pela perseguição nazista. Com esse polonês aprendeu a lidar com o público, tornando-se um filósofo da vida. Após esse período pediu demissão de suas funções no comércio moveleiro de Isaac e abriu o seu próprio negócio, sendo bem-sucedido ao longo de alguns anos.

Tendo comprado um terreno de 1000m2 para fazer uma pequena chácara para seus fins de semanas, posto morar no próprio prédio de sua loja de móveis no centro de uma cidade do interior paulista. Sua família era formada pela esposa e mais 3 filhos.

Num certo dia um vizinho do seu terreno, dá-lhe uma notícia de que alguém está mudando a cerca de seu terreno.

Sábia atitude

Tonico, muito sutil passa a mão numa enxada e vai capinar o terreno, era hora do almoço. Chegando ao local, realmente notou que alguém havia mexido nos palanques e nos arames farpados.

Tonico, como se nada tivesse acontecido, começa a sua capina.

Após o horário do almoço, encosta uma camioneta importada e desce um cidadão com seus dois companheiros e ao verificar que Tonico está distraidamente carpindo o seu terreno chama-lhe a atenção:

- Boa tarde, Senhor!

- Boa tarde, Tonico ao seu dispor.

- Eu me chamo Bosch, muito prazer...

- O prazer é todo meu...

Aquele magnata, empresário todo poderoso, o qual Tonico já deduziu quem era, pois, estava montando uma de suas fábricas na região.

- Meu senhor estou mudando a divisa de nossas terras e o senhor não se manifesta?

- Notei realmente que a cerca está caída e os seus companheiros estão a mudá-la, portanto, invadindo o nosso lado de cá.

Continua Tonico:

- Peço ao cavalheiro que atente aos meus cabelos brancos e, que a mim me resta muito pouco tempo nesta existência, e não vou-me indispor com o nobre vizinho por alguns metros tirados dos meus 1000m2 para incorporar à sua fazenda, doutor. Nesta altura do campeonato, logo necessitarei apenas de alguns centímetros de terra por pouco tempo, pois, me tornarei apenas pó.

Imediatamente, Dr. Bosch, pede aos seus dois funcionários que retornem aquela cerca ao seu antigo lugar.

Humildemente agradece a Tonico pela sua lição de vida, retirando-se do local.

Dr. Bosch vai comentar o acontecido com um de seus diretores de sua nova fábrica e ao relatar o acontecido, tem uma enorme surpresa.

- Caro Bosch, aquele seu vizinho de cabelos brancos é o meu amado pai.

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Prosa engraçada

Mais com menos dá menos,

Menos com menos dá mais.

O pouco com Deus é muito,

O muito sem Deus, jamais.

Negar a negatividade

Nesta linguagem

É ativar bela imagem,

Positivando essa temática.

A quem não tem vintém,

Menos com menos

É a soma de dois extremos

Redundando num sonoro amém.

A prosa para ser de raça

Deverá vir cheia de graça

Daquele que nos abraça.

É a graça divina

Daquele que afina

A visão da nossa retina.

É bom sair do sereno,

Pois, nada cairá do céu,

Quiçá, algum avião

Que esteja voando ao léu.

Você ainda é terreno

Feito à menestrel.

Sem o pejorativo

De ser pequeno,

Engraçado, vidrado,

Muito menos cruel.

Você sou eu imperativo,

Parado, ou hiperativo.

Pasmo fitando o céu.

Também é deus

De puro coração,

Assim está descrito

No capítulo dez

De São João.

O equilíbrio é positivo

Quando se compreende o amor,

Entende-se essa matemática.

Com pensamento altivo,

E pela visão prismática

A vida vai se recompondo

Dentro dessa gramática.

Descortinar-se-á a visão

Rasgando espesso véu

Da antiga imaginação

Criada pelo papel.

Seja centrado

Não olhe ao lado

Seja imaculado

Não seja influenciado.

Você é hipnotizado,

Assim como bobo

Somos povo

Teleguiado.

O sistema não poupa,

Faz-nos lavar a roupa

Limpa, já lá do passado.

São os resgates

Em forma de engates,

Acompanhando seu Proprietário

De um Sistema otário

Sem qualquer arremate.

Dois mais dois são mais ou menos quatro, assim dizem os logaritmos.

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OS JURÁSSICOS

Rascunho amigo

Desculpe-me pelo rascunho. Amigo você é o cunho cinzelado com forte punho. No improviso o aviso: Os dias são todos iguais. Uns alegres, outros tristes, mas você sempre resiste, ora com pouco, ora com mais. Amigo a hora é amarga e braba; braba por ser de luta, e brava por ser de herói! Como poderia ser agora: Belo crepúsculo ou linda aurora, ratifico sem escrúpulo: Os dias são todos iguais. Nossos dias, nossas histórias, calejam nossas memórias de contumazes mortais. Passa a noite, vem o dia, ora quente, ora frio, viver é para fortes, pois, não acreditam na morte, realmente são imortais. Como antes lhe dizia: Os dias são todos iguais. Fome, viaduto, corpos frios, fartas iguarias, belos jardins, e lindos quintais. Antiga é essa história, sem luta não há vitória. Dia de labuta, feliz, ou de força bruta, dia de dialética, semana de semântica, quinzena de redundância, ano de cacofonia, como antes lhe dizia: Os dias são todos iguais. Porém, nada me trava, nem a força dessa clava! Aqueço o meu motor, arrefeço minha mente, seguindo sempre em frente, ando por onde for. Não tomo nenhum atalho, e procuro não ser falho. Estou indo muito fundo, talvez ao fim do mundo, na alegria ou na dor. Caminho sozinho sobre flores ou espinhos. Desculpe-me meu amigo, falei pelo umbigo, não sei andar solteiro, preciso de um companheiro, conhecido por amor. No dia a dia me baralho, pois, meu irmão de trabalho tornou-se escorregadio, jamais me admite, vadio! Fico triste, mas adio, pois, na ira sou tardio. Estas linhas vão descendo ladeira da memória, vou-me apercebendo, descem aleatórias, porém, inverto o seu rumo, sem usar esquadro nem prumo, direcioná-las-ei agora. Voltando ao meu colega, ando dias, ando léguas, acompanhando-o até às trevas, nem ao menos peço trégua. Já que falei de prumo, não perderei meu rumo, tampouco minha régua. Nada mais me importa, do meu peito abro a porta com emoção infantil, tento ser gentil. Sinto amá-lo com ardor! É o perdão da tolerância, que recebi por herança de Jesus o bom pastor. Pois, não tomo nenhum atalho, faço de alegria os meus dias, e também, meu malho! Embora, ratifique: Os dias são todos iguais. Alegria é o meu trabalho, e jamais a minha dor. Sendo ultrajado pelo ócio, matarei o pensamento ocioso, mesmo que caia eu prostrado, serei um vitorioso! Assim me espelho à mercê em amigo como você, sincero e generoso! Se não fora assim, ai de mim, pois, amigo assim quase não se vê! Sucesso, amigo cavalheiro, apesar de muitos janeiros, sempre ao seu dispor. De que vale o mundo inteiro, se não relembrarmos do favor? Pois é, meu companheiro, da alegria, ou da dor. Nossas míseras feridas, só se curam com o amor! Amigo, aguente o tédio, paz é o grande remédio. Que esta modesta fala não seja apenas um poema, e sim um diadema, irradiando o seu calor! Apesar desse improviso, com palavras informais, Eis o aviso: Os dias são todos iguais.

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Perdão mamãe

Assim mamãe me dizia: Levanta-te dessa laje fria, vai-te atacar a bronquite. Ela sabia o que fazia com a sua sabedoria. Coitada, sofria do coração e com a minha inocente ingratidão. Era uma tarde fria e ela segurava sua emoção. Essa é a imagem que confrange o meu maculado coração. Às vezes com o terço, passava-me o seu sermão. E, eu na vadiagem continuava naquela friagem produzida ali pelo chão. Quanta nostalgia, quanta solidão. Faz-me falta àquela imagem qual me dava coragem. A ela peço perdão. Com mais de um terço de vida a ela devida bem longe daquele berço, ainda ouço sua voz querida, vendo-a com o terço em sua mão sofrida. Levanta-te do chão, agora não há mais jeito, porém, com essa santa visão qual me estraçalha o peito, ainda assim, me é o melhor remédio, livrando-me da sofreguidão. Mas às vezes não penso direito, são atrozes lembranças que acalentam as minhas dores como vapores extraído de uma só fusão, confesso me causam confusão. São torturantes estertores da humana natureza com a sua imperfeição, beleza e muitos outros amores. Sem hipocrisia, sou a natureza fria, portanto, com o dedo em riste, e, sem ficar triste, reconheço essa ilusão. Demorei a entender o seu recado, sem remorso e sem pecado, pois, compreendi ser ignorância de infância. A me torturar a cabeça, embora, agora obedeça, porém, é tarde, e a tarde ficou mais fria e espessa, meus cabelos embranqueceram pela geada de suas benignas palavras. Obrigado mamãe. Pegava-me pacientemente pela mão, enquanto, eu insistia não sei por que contrariá-la, na minha ignóbil obstinação. Hoje sou avô babão, então posso me perdoar, por um monte de razão. Até por levar aquele sabão. Muitos foram os dias felizes junto àquela santa, porém, a vida e a morte vêm nos cortar a sorte com seu alfanje ou podão, ainda quando criança, ou enquanto o tempo se avança. Era uma tarde fria e minha mãe se despedia em enorme languidez, partindo-se de vez. Mas o meu egoísmo não aceitava com certo cepticismo o ganho de minha mãe, era a minha insensatez. Já que a morte não existe diante da palidez, e tudo são vida e eternidade. Portanto, todas as despedidas, por mais doídas, devem ser acolhidas com sabedoria, alegria e bondade. Na verdade não choramos pelos nossos mortos e sim por nós mesmos, já que quem parte não nos pertence, e achamos seja nosso lacaio, mesmo sendo nossa querida mãe, o nosso melhor aio.

Gostemos ou não, o desvencilhamento se faz extremamente necessário, até de nós mesmos para nos encontrarmos com a paz. E aqui fala mais alto a sabedoria do autoperdão.

É muito importante atentarmos ao nosso peseudoamor, ele pode se chamar "egoísmo".

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