José Miguel Silva

José Miguel Silva
Poeta português dono de uma língua afiadíssima para o sarcasmo e ironia. Vive na pequena cidade de Serém, onde trabalha como tradutor.
Nasceu a 1969 (Vila Nova de Gaia)
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José Miguel Silva (1969) é um poeta português natural de Vila Nova de Gaia. Sua estreia em livro acontece em 1999 com Sino de Areia, a que se seguiu o excelente Ulisses já não mora aqui (& etc., 2002). No mesmo ano, JMS participa da publicação conjunta Poetas Sem Qualidades, a antologia que acendeu polêmicas e marcou o surgimento de alguns dos nomes mais interessantes da recente poesia portuguesa, como Ana Paula Inácio, Rui Pires Cabral, Carlos Luís Bessa, além do próprio Manuel de Freitas, que não participa com poemas, mas como organizador do volume.

Durante a década seguinte, JMS ainda lançaria, pela editora Relógio d'Água, Vista para um pátio seguido de Desordem (2003), Movimentos no Escuro (2005), Erros Individuais (2010), além de Walkmen (& etc., 2008), escrito a 4 mãos, com Manuel de Freitas. A parceria entre os dois autores, iniciada nos Poetas Sem Qualidades, seguiria firme em outras publicações, como, por exemplo, a primeira antologia poética de Freitas (A Última Porta, Assírio & Alvim, 2010) organizada e prefaciada por JMS.

Dono de uma língua afiadíssima para o sarcasmo e ironia (em especial a auto-ironia), JMS também tem se firmado, ainda que discretamente, como poeta de uma implacável consciência crítica, o que o liga, por um lado, ao comprometimento ético/estético de um Jorge de Sena, e por outro, ao humor cáustico de um Fernando Assis Pacheco. Seu estilo ainda guarda uma impressionante perícia no manejo da métrica, que emprestam aos seus textos um ritmo e fluidez que fazem lembrar a "naturalidade calculada" de mestres como António Franco Alexandre.

José Miguel Silva hoje vive na pequena cidade de Serém, onde trabalha como tradutor, tendo já vertido para o português autores como Virginia Woolf, James Joyce, Pablo Neruda, Shakespeare e Hannah Arendt.

Mantém ainda o blog Achaques e Remoques, onde costuma ocupar-se menos com poesia do que com o iminente colapso do nosso modelo de sociedade.

--  Luca Argel