Waly Salomão nasceu em Jequié, Bahia, em 1943. Estreou em 1972, com o livroMe segura qu'eu vou dar um troço, escrito na prisão. Neste mesmo ano, editaria, com Torquato Neto, a importantíssima revistaNavilouca, revista de número único em que colaborariam poetas e artistas de vertentes est-É-ticas vistas, muitas vezes, como divergentes: Haroldo de Campos, Chacal, Lygia Clark, Ivan Cardoso, Décio Pignatari, Caetano Veloso, Helio Oiticica, Stephen Berg, Luiz Otávio Pimentel, Rogério Duarte, Duda Machado e Óscar Ramos. A convergência de todas as divergências parecia ser o projeto de Waly Salomão, como sentimos em seu nascimento, tanto com aNavilouca como com as colagens emMe segura qu'eu vou dar um troço. Nesse aspecto, ele pode ser ligado a outros aterradores de trincheiras, costureiros de feridas, como seu companheiro Torquato Neto, mas também Ana Cristina Cesar e Paulo Leminski. Publicaria ainda os livrosAlgaravias (1996),Lábia (1998),Tarifa do Embarque (2000),O Mel do Melhor (2001) e o póstumoPescados Vivos (2004). O poeta morreu no Rio de Janeiro, em 2003.
---Ricardo Domeneck