Carlos Silva

Carlos Silva

O Músico, poeta cantor e compositor CARLOS SILVA, segue a trajetória de cantadores utilizando o canto falado em seus shows, palestras e apresentações em unidades de ensino fundamental e superior.

1963-04-14 São Paulo
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Alguns Poemas

QUANDO MORRE UM POETA. (Partículas de poesias)

Quando morre um poeta, apaga-se no luzeiro, ou no forro do alto infinito a luz da palavra, a frase do dizer, e o sentimento mais nobre de uma inspiração recebida e doada.
Quando morre um poeta, o céu sorri, pois sabe que ali abriu espaço para receber mais uma estrela que veio da terra para encantar a imensidão do céu.
Suas palavras estarão ligadas entre terra e firmamento, pois não serão esquecidas e sempre haverá alguém declamando ou cantando as obras que um poeta na terra deixou.
Todo artista da palavra é um anjo que unindo aos outros segmentos artísticos, formam constelações de saberes.
Palavras são sementes, versos são fertilizantes e poesias são os frutos de uma seara fecunda que jamais se acabará, pois fora ali lançada pela voz e pelo coração de um poeta.

Quando morre um poeta, a gente declama, canta em seu velório, mesmo sabendo que o seu espirito não mais está ali para ouvir tantas homenagens a este prestada.

Mas, em nossos corações, é como se ele estivesse sim, presente, pois a sua arte o trará sempre para o convívio de todos nós, mesmo que seja para lhe dar o ultimo adeus.
Quando morre um poeta, a poesia chora, os corações tremem e a saudade machuca tanto que a primeira coisa que a gente faz após passar o momento de despedida, é mais uma poesia brotada de outros tantos corações que jamais permitirá que ela morra de vez.

Por isso, é que chamam poetas de imortais, pois estes, de fato, nunca morrem.





Carlos Silva – Um Artista da palavra.

UMA CRÔNICA COM REQUINTES DE SAUDADES

O tempo age em nossas vidas, como um guardião, um protetor invisível, um acolhedor, um corretor de nossas atitudes, um memorizador das nossas ações que nos tornam pessoas que com o passar dos anos, começa sentir saudades de tudo aquilo que a sua mente ainda armazena e traz a tona de um recordar. Por mais distante que tenha sido o ocorrido, a mente sempre armazena, as melhores lembranças das nossas vidas.

Assim, sentado num banco da solidão e bebendo as gotas do meu passado insistente em me fazer recordar, fiz uma mente regresso e comecei viajar nessas andanças do meu cérebro que ainda guarda momentos que forçosamente tenta extrair e exteriorizar, para que eu possa transcrever cada partícula de tempo em que vou recordando.

Saudade bate, coração pulsa, alma sente, e a vida me cobra um proceder como se criança eu ainda fosse, ao ver tantas crianças ainda por mim passar, com a leveza desses infanto recordar que hoje mima o meu ser de gente grande almejando ser “minino de calças curtas” a perambular pela vila com os olhares juvenis onde era proibido não ser, não fazer e não se sentir feliz.

Talvez, você nunca em sua vida, tenha ouvido falar da Serra. Da Serra do Aporá, que fica perto de Cajueiro, (Acajutiba) de Barracão, (Rio Real), Mocambo ou Novolinda, (Olindina) da Natuba (Nova Soure) de Sobrado (Aporá) De Dendê, Bomfim, Vila Rica (Crisopolis). Não! Jamais eu poderia condena-lo por isso, afinal, nossos topônimos talvez estejam muito distantes dos teus. Mas saiba que foi por aqui, nessas imediações entre litorais e sertões que eu fui criado e tido como gente vivente para desbravar essas terras. Oriundo sou de outro local onde por lá deixei enterrado meu umbigo como uma identidade, um pertencimento e uma forma de me achar inserido nalgum canto desse imenso país. Talvez, isso nem implique mais em identificar-me lá onde meu umbigo um dia foi enterrado, pois foi daqui que comecei meu primeiro contato com o povo que passou ser meu povo, com a gente que passou a ser a minha gente, e que por este aceito fui e por isso identifico-me até com o seu modo de falar e de fazer a vida ter sentido nesse viver alucinado em busca dos sonhos que nunca se perdem pelo andar desse mundo tão complexo e cheio de descobertas, lembranças, prazeres duvidas, sonhos e até decepções. Na complexidade desse meu discurso em busca de mim mesmo, é que me apresento para que entendam que eu também tive quimeras que hoje as lembranças tangem o meu viver para esses mais remotos encantos da minha vida. Assim, passo a lhes convidar para conhecer um pouco dessa minha Serra, a Serra do Aporá que fica perto de todas as cidades acima citadas, para não ser redundante.

Por favor, queira por gentileza concentrar sua atenção em mais esta narrativa que lhes passo como uma reparação trazida nesse momento pelos deleites das minhas lembranças.

EITA, a idade chegou, o cansaço me veio e a fadiga me alcançou.

Sentado num banco de praça (perto de casa para não me afastar muito) vejo as crianças brincando numa gritaria exagerada como somente elas sabem e podem fazer. Sim, podem. Toda criança pode ter o direito de gritar, extravasar a meninice e ao seu modo ser feliz. Afinal, ser criança, é um curto tempo que passa ligeiro e em nós deixa saudades, ainda que vivamos 100 anos.

Avisto um dos meus netos correndo com seus coleguinhas, e outro que passa na minha frente e feliz grita pra chamar minha atenção: OLHA VOVÔ. Todo orgulhoso em pedalar sua bicicleta.

Meus olhos se enchem de saudades e numa fração de segundos, eu me lembro da bicicleta que papai comprou pra mim e da alegria que eu senti em poder dizer: Eu tenho a minha bicicleta que papai comprou pra mim.
Era pra ir pra escola, pra ir à venda comprar algo pra mamãe, pra dar um recado, pra chamar alguém para ajudar em casa e principalmente para fazer o que o meu neto está fazendo agora: PARA BRINCAR. Preencher o tempo de menino em meio a tantos gritos aproveitando aquela liberdade que só quem é (ou quem já foi) criança sabe o seu significado.

A vida passou, Itamira cresceu o açude que era imenso, diminuiu juntamente com o tanque grande. Quando a gente é criança tudo é grande. O pé da serra era imenso, a ladeira do João Luiz era enorme e atolava carros por lá quando chovia e os tanques transbordavam e as pessoas iam pescar e saiam carregando suas enfieiras de peixes.

Vou tentar Descrever um pouco do meu viver numa vila que me viu crescer, amparado nessa minha meninice ali vivida, mesmo sabendo que a mente, não vai obedecer alguns detalhes que o tempo apagou. Mas deixou alguns lampejos dessas lembranças onde agora passo a fazer a minha narrativa, ou o que sobrou de todo esse meu lembrar.

Existia a praça onde eu morava com minha família, seguindo reto chegávamos à casa de Manezinho e Dona Bemvina que era a mãe de Tinego. O comércio se dividia assim:
Tinha a pensão de Dona Amélia e de Dona Eduarda. A farmácia de Terezinha de Pasquinho, O bar de Manoel de Juca, o Departamento de Correios e Telégrafos (D.C.T) onde minha mãe trabalhava, tinha a loja Santos de Olímpio e o armazém de Guilherme Chaves, (ambos da cidade de Olindina). A loja de Jaldo Mendes (De Inhambupe) as padarias de Seu Zé Batista/Seu Enoque e também a de Noel, a venda de Raimundo do gás, o comércio de Zé do Ouro, a venda de tio Joel, a tenda do Sr. Timóteo, e lá na saída da rua a tenda de “Seu Lalu” (o 10º Prefeito do município) o bar de “Seu” Rozi, a venda de João da Pedra (Pai de Dezinho) a venda de “Seu” Zé da jaqueira (Eram dois irmãos do Retiro), o Bar de Cabo Mário, a cachaçaria de Durval (Pai de Herbert) de Inhambupe, que até hoje mantém o comércio. Na esquina (onde hoje é de João papa, era a venda de Clovis Mendes Vasconcelos). Por ali também tinha o bar de Antônio Vieira (TONHO DE ZÉ VIDA TORTA), a loja de tecidos do Sr. Godofredo Mendes de Souza (O quarto Prefeito), O Sobrado do Finado Mauricio e Dona Julia. No bar que era de Manoel de Juca (Que antes era de Otoniel) foi instalado o primeiro supermercado de Itamira, cujo proprietário era o Daniel (da cidade de Inhambupe).

O beco do mercado (Que por uma insanidade ou falta de conhecimento cultural de preservação de um patrimônio derrubaram para construir uma instalação da prefeitura) que dava acesso, e ainda dá a praça da igreja, onde do lado esquerdo tinha as vendas de Dedézinho do pé da serra e a marcenaria do “Seu” Zé Biita casado com D. Alice do tijuco. No fim da rua (a esquerda) existia uma casa que abrigava a cisterna.

Subindo, sentido a saída para Aporá que hoje se chama Av. Coronel José Simões de Brito (Que até hoje nem sei quem foi, mas carece de um estudo sobre a vida do Homem que empresta o seu nome para uma das principais vias da cidade).

Tinha o armazém do Seu Neném de Pequeno (irmão de Pasquinho) a venda de João de Francisquinha, depois a casa de Paraguai, o comércio do Senhor Cosmo ai vinha à farmácia de Terezinha, - onde fora ali a recepção do casamento de Milton e Esmeralda- A casa de Nezinho de prazer e D. Amélia (Os pais de Zé Renato, ou Zé Tiliba), depois a do Senhor Agenor Mendes de Oliveira 8º Prefeito, (contando com a curta Gestão de Zezito Correia). Seguindo reto iriamos encontrar a casa de Chica Dantas, Tio Lucas, quase em frente à casa de Mané de Zé Santo e Dona Ana (Mãe de Mariazinha, Tais e Louro Som) e seguindo pelo lado esquerdo, a casa de Seu Zuminho e Dona Zefa. (RAPAZINHO DIREITO) era assim que ele chamava meu irmão Raimundo e eu.

E lá adiante a casa de Pedro Bueiro e Dona Martinha, e em seguida a casa e a tenda de ”Seu” Vicente Ferreira, Sinó e toda família, que eu os tinha E TENHO como parte de minha família também, em face de aproximação que tínhamos com eles e com os meninos.

A venda de Ulisses de Cosmo. E do lado esquerdo a casa de Dona Elisa e do lado direito, Dobrava-se ali na esquina que dava acesso a casa do Senhor Pionório, na tão conhecida Rua da Delegacia. Onde vi muitas perversidades acontecer naquela época, com os presos que eram levados para lá. (Por falar nisso, vale ressaltar os nomes dos soldados: Etevaldo, - que vivia maritalmente com Dona Santinha irmã de Tio Sé, e outro por nome Antônio Soldado, que me parece que era da região de Serrinha).
Seguindo até o final, dava acesso ao Caetano (Terras do “Seu” Suta, que posteriormente passa pertencer ao “Seu” Zelito de Celi) que seguindo ia sair lá adiante já perto onde hoje é a casa dos herdeiros do nosso querido ZÉ RIACHÃO – O BRASILEIRO. Dali, seguindo para a direita na bifurcação, ia pro campo de bola (O carecão), mas antes tinha a casa de Seu Mané Felix, passava em frente da casa do “Seu” ZE LAPADA, lá adiante era a casa de “Seu” Chiquinho curador, a casa de Tonho curador, Freboni, Manelinho, Geronisso, Badinho e a esquerda descia pro açude, passava pela casa do “Seu” Marciano, mais adiante, a casa de Domingo futuro, Pedro Cambueiro, “Seu” Bispo até chegar às aguadas.

Na saída da rua (Sentido Inhambupe) primeiro tinha o acesso ao cansa bode (e ainda tem que seguindo por ali vai pra várzea, chapada e por ai afora).

Seguindo pela direita: A casa de Zé Pedro de Negune, Nezinho da Várzea, Dona Vina, (Alguns ranchos de feira) D. Zélia e Mané Dantas. A rua acabava ali.

Mais a esquerda era a saída principal onde hoje é o posto medico (Ao lado da casa de Seu Nestor e Dona Anizia, Mãe de Neuman, Neumize e Neurandi, e mais adiante era o matadouro, onde nas imediações era a casa de Dona Julia (Mãe de Zé de Mauricio, Salvador e Aurélio). Foi ali na casa de Dona Julia, que eu vi chegar o caixão do Sr, Antônio de Mariana, que era proprietário de um caminhão e muito amigo do meu pai, o Sr. Otácilio (PARAIBA).

Lá em cima na saída pelo lado direito era a casa de Chico Surdo e em seguida A malhada de Dona Agda, a casa de Zé Vida Torta e D.Salvelina, E quase em frente, era(E AINDA É) a casa de Totonho e Dona Coité, vizinho de Fraterno e Honorata. Seguindo ainda pelo lado esquerdo, a casa de Dona Mariquinha, João de Pedro a casa da avó de Tizío (Esqueci o nome dela, que era também avó de um sujeito chamado Marivaldo) e o prédio escolar.

Existiam ali quatro entradas para o carrapato: A primeira onde hoje é a casa de Boquinha, a segunda a casa do Finado Teodoro Mendes a terceira após o Prédio, (Vizinho a Zé Caiçara e Dona Moça) em frente à matança de Zé Maia (Pai de Zé Pretinho) a quarta era depois da casa de Seu Zé Pereira, que após a entrada era a casa de Seu Pedrinho e em frente à casa de Seu Do Reis. Passando dessa casa vinha a morada de Bento e Zita (Que eram os pais de Teobaldo, Miudinho, Carminha e tinha uma outra que não recordo o nome). Logo em frente - Colado com seu Pedrinho - morava a finada Caetana e depois era a casa de Zé Maia e Dona Davina, e em seguida era a casa de D.Odete (que era vizinha de Januária de Vitoriano, pai de Marão) e quase em frente morava Pedro Sergipano com a professora Nenzinha e família.

Ao lado dele a roça de Manoel Dantas que ficava em frente à casa de Seu Lucas e Dona Nita, e em frente morava Seu Juca e Dona Zulmira, e ao lado deste, Seu Luiz e Dona Maria (que eram os pais de Dadá, Zé e Alice). A frente morava Dona Nicácia seus filhos e sua filha Izilda.

Ali no sitio residiam Jeronilson, Petu, Rui que foi casado com Amália, Antônio de Apolônio, o Pai de SEU NÉ, Ricardo, D.Raquel (Mãe de Zé) Seu Olímpio, Mané Coruja, Seu Davi (e sua grande família), os pais do finado Zelão, e Seu Amando e chegava às vendas, ali entrada da chapada.

Como não guardar na mente tantas lembranças que hoje mesmo estando grande ainda sinto-me pequeno demais, como se ainda coubesse o meu corpo no afago dessa terra que um dia me teve embalando em seus braços que eram tão meus, mas que o tempo (como um guardião, um protetor invisível, um acolhedor, um corretor de nossas atitudes, um memorizador das nossas ações que nos tornam pessoas que com o passar dos anos crescem) tirou-me de lá, mas nunca me afastou de fato daquele torrão que ainda AO MEU MODO, eu amo sem saber explicar como e nem por que. E, num suspiro de saudades eu afirmo em dizer que eu, sim, que eu sou da Serra, da mesma Serra do Aporá, da então Itamira que um dia hei de ver emancipada, onde hoje pra ela, dedico essas minhas memórias.

Fim... Mas sem nunca terminar, pois amor, nunca termina, aquilo que um dia a vida começou.

Carlos Silva - poeta cantador, Mestre de culturas populares e Itamirense de todo meu coração inspirado nas saudades tão minhas que divido com todos aqueles que entendem o que quero de fato dizer.

Com gratidão e muito afeto, Muito obrigado.

Contatos (75) 99838-5777
E-mail cscantador@gmail.com Instagran; Carlos_poetizado


Minha vida virtual

Minha vida virtual
Carlos Silva

Na base do “Control C”
Eu vivo a copiar
Já não sei me expressar
Vou colar no “Control V”
Eu sou franco a você
Que isso me compromete
Mas aos outros não compete
Se estou certo ou errado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da Internet

São dois esses ou é C cedilha?
Eu não sei mais escrever
Vou ter que reaprender
Reestudar a cartilha
No Excel minha planilha
A soma me compromete
Meu PC deu um Reset
Deu erro no resultado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

Cebola salsa seringa
Passeio passo passado
Maço macio amassado
Marrenta marreta moringa
Resto restinho e restinga
Tesouro testa tiete
Caniço coçar canivete
Pra escrever tenha cuidado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

Açougue açude aguada
Peço no preço desconto
Tontice é coisa de tonto
Um torto torando a tourada
Apressa passando a passada
O teclado tecendo compete
O dedo passeia e remete
Tentando novo aprendizado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

Com X ou com CH
Enxoval encher enxada
Desfechar porta fechada
Sendo aqui ou acolá
Pra li pra lá ou pra cá
Verbo averbado ou verbete
Paz faisão ou toilete
O tema é complicado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

Exceto ou exceção
Espoleta e excremento
Esmeralda experimento
Espaço estrondo explosão
Enxada enxofre expropriação
Entorse entorta intromete
Exploração ou omelete
Cada palavra um dobrado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

Eu uso abreviaturas
Para me comunicar
BLZ pra confirmar
Mudo as nomenclaturas
Desrespeito estruturas
Onde a leitura compromete
Pois a mim já não compete
Viver desinformatizado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

O linguajar atual
Perdeu de vez o sentido
Eu deixei de ser sabido
Por tanto erro virtual
Mouse e teclado são um mal
Que o nosso viver acomete
Quem não souber não compete
Fica fora do mercado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

Já escrevem sem acento
Não fazem pontuação
A gramaticalização
Não ensina a contento
O pobre do elemento
Tanto erro já comete
Na vida leva bufete
Torna-se ignorado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

A minha memoria RAM
Virou sapo de lagoa
Pronuncia ficou atoa
Acordo pela manhã
Juízo meio tantan
Já gritei pra Risonete
Quer me deletar delete
Mas não vou ficar calado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

Shift Wake Power Sleep
Page up Page down
No teclado é normal
Parece língua de hippie
Ou cabra que pega gripe
Quando a friagem acomete
E a palavra se repete
Torto e desaprumado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet

Vou encerrar o meu texto
Sem muita abreviação
Isso já nem cabe não
Fica fora do contexto
Eu invento um pretexto
Chega o juízo derrete
Invento um novo verbete
Pra não ficar isolado
Voltei a ser um desletrado
Por conta da internet.

O COGUMELO DA MORTE



As bombas deixaram marcas. Não só na terra que absorveram o impacto, não só na vegetação que foi toda queimada e destruída, não só nos mares que face a sua irradiação matou milhares de espécies, que em paz por ali viviam a cultuar sua liberdade nadando inocentes sem praticar mal algum.
Não só as gravidas que interrompendo seus partos, morreram com suas crias em seus ventres já prestes a dar à luz mas que assinaram uma sentença de morte sem ter direito a defesa.
Nem caberia aqui falar dos animais terrestres que sofreram a devastada agressão ferindo-os de morte e mutilações sendo pois, obrigados a serem sacrificados para aliviar as dores causadas pela explosão.
As marcas maiores, ficaram, naqueles que autorizaram que o pavio atômico fosse aceso e acionasse o artefato assassino que ceifou de 90 a 166 mil pessoas em Hiroshima e de 60 a 80 mil seres humanos em Nagasaki.
Conforme relatos históricos, cerca de metade das mortes ocorreram nos ataques do primeiro dia.
Viver com essas marcas é futucar feridas incicatrizáveis.
UM GAROTINHO e um HOMEM GORDO provocaram o cogumelo da maldade, que por mais que tentem toda uma humanidade jamais será esquecido. Um LITTLE BOY, apenas um LITTLE BOY fez tanto estrago em Hiroshima, e um FAT MAN, concluía sua brutalidade arremessando-se entre crianças, velhos bichos, plantas, plantações e animais, sem a menor piedade, e sem medir tamanha destruição que causaria a um povo que se hoje estivesse vivo, estaria como eu, estudando, plantando, colhendo, fazendo artes, criando seus filhos e netos e ensinando os aprendizados da sabedoria para um existir mais irmanado banhado (AO INVÉS DE ÓDIO) de amor, fraternidade união e igualdade entre os povos.
A primeira arma nuclear a ser detonada no mundo, foi a BOMBA TRINITY, isso aconteceu em 16 de agosto de 1945.
Desses 75 nos passados, o que somamos para o nosso viver atual?
Num oceano PACIFICO, tivemos o espetáculo de uma terrível guerra.Deveriam até(Pelo ocorrido) ter mudado o nome das águas, já que não mudariam jamais o estrago que fizeram por conta do poder.
Condenamos tanto as ações de Hitler, sendo que de alguma forma chegamos a imita-lo em gestos e fazeres destrutivos. O PROJETO MANHATTAN doerá por muitos anos nas mentes, nas lembranças e nas heranças dos seus executores, que ao receber a voz de comando, acionaram o gatilho destrutivo, com ou sem os seus consentimentos.
Mas já se passaram tanto tempo, o perdão já foi concedido, as mãos foram apertadas e o passado negro, já não existe mais. Esquecer? só esquece uma surra aquele que aplica. Quem a recebe, memoriza cada momento da execução sentida no corpo. O poeta Paulo Eiró, para definir a raça humana e os seus desmandos através do poder do mandar, disse um dia: “O HOMEM SONHA MONUMENTOS E SÓ RUINAS SEMEIA”.
Estaríamos nós SERES ditos tão HUMANOS a reconciliarmo-nos com nossos corações e apagar de vez a sangrenta página da nossa história, se desde o começo de tudo, só aprendemos a brigar?
Qual a melhor reflexo que o espelho da nossa consciência fará com que vejamos sem sentir o menor instante de remorso por algo que fizemos e que a tantos prejudicou ao longo desse nosso caminhar?
Que outras bombas se calem, e que os estampidos não mais ecoem dilacerando tantas vidas inocentes.

UMA TROPA, MUITAS SAUDADES

Justino, Ezequiel Melchiades encilhem as mulas verifiquem as ferraduras, os arreios e as caixas.

A jornada será longa até atravessarmos o rio, aproveitando que as chuvas nao vieram se não, seria impossível seguir viagem.

Assim, dizia o experiente Zaqueu Ferraz com mais de 40 anos de experiência tocando tropas nesses sertões de grandes segredos.
Os mantimentos eram conduzidos por um burro que só carregava as provisões.
Uma manta de carne do sol, toucinho defumado, rapadura, farinha, banha de porco, produtos para limpeza, querosene, um galão com aguardente pra temperar a guela e afastar a secura do pó da estrada.

O responsável pela guarda conservação e preparo das refeições, cabia ao velho Tião. SEBASTIAO HIPOLITO FERRAZ. Primo do velho Zaqueu.

O Nego Tião (como era chamado pelos companheiros) tinha os dons de ser poeta, Violeiro, cantador e bom de versos rimados, que animava os seus leais amigos de tropa.

Foi ele inclusive, quem deu um nome pro grupo: TROPEIROS DO VELHO FERRAZ.

As currutelas já conheciam o grupo, devido as cantorias do animado Tião, que fazendo uso de um berrante dos tempos que participava das comitivas la pras bandas de Miranda no Matogrosso do sul, sempre trazia como peça indispensável e muito importante nas jornadas percorridas. Ezequiel, vez em quando perguntava so pra ver o delirio melodioso da resposta: Nego Tião. -Diga Ezequié!

O que é que um grupo de tropeiros tem a ver com berrante Tiao? Ele soltava uma sonora gaitada e depois dizia com os olhos brilhando de intensa alegria como se revivendo um passado que lhe fora presenteado com tanto carinho: NADA! É só pra matar a saudade e fazer meu coração sorrir mais feliz.

Ao dizer isso, repetia a sonoridade soprante fazendo do seu choroso berrante, uma gaita pra todos ouvirem e saber que o bom Tião e o grupo TROPEIROS DO VELHO FERRAZ, estavam por ali rompendo campinas e desbravando os sertões numa lida secular, no verdadeiro ofício dos tropeiros, grandes contribuintes para o progresso do nosso brasil, mas que hoje (para a tristeza de muitos) já não existem mais.
Em cada currutela daquelas cercanias, existem placas que marcaram essa atividade comercial de esplendoroso valor, guardando em cada vereda, imortais lembrancas de um tempo feliz.

Tem uma que diz:

OS TROPEIROS DO VELHO FERRAZ, UM DIA POUSARAM AQUI.
Noutra mais adiante pode ser lido: O BERRANTE DO NEGO TIÃO, AINDA ECOA NOS SERTÕES E NOS NOSSOS CORAÇÕES.

Toca Nego Tiao, nesse vasto universo de sonhos, o teu berrante para que os anjos possam nos avisar que voce está em paz e dando suas gaitadas pra fazer do ceu, uma estrada de alegrias.

O DESPERTAR DE UM NOVO DIA


“O MUNDO DEU UMA REVIRAVOLTA”
Acumulamos muitas perdas, e por vezes choramos, até por aqueles que nunca vimos, mas que tomamos ciência do seu existir, após as suas respectivas partidas. 
Sim, eles se foram. Dentre eles, elas também.
Vidas interrompidas, sonhos diluídos como num sopro leve, numa angustia onde o ar, fez muita falta.
Ultrapassamos em nosso globo terrestre mais de um milhão de vidas ceifadas pelo corona vírus.
A cada 100 anos (como com um pretexto de diminuir a raça humana) uma onda de infecções, invade o planeta.
Quando não por guerras, bombas, misseis, e as contaminações ou fabricadas em laboratórios, ou oriundas de quem sabe de onde.
Mas o que mais (também de forma desumana, e que acredito ser pior do que a Bomba atômica), é a fome.
Silenciosa, Lenta e implacável, mas que só atinge os miseráveis criados pelo sistema de desperdícios, abandono, descaso e desumanidade.
O Coronavírus, veio desestabilizar o mundo, quebrar poderes de dominações, implantar outros interesses em quem tem mais, e muito mais crescer com a visível devastação causada por um vírus que está se mostrando mais forte que a ciência,pois está, ainda não encontrou a vacina NAO PARA COMBATE-LO, MAS ELIMINA-LO DE VEZ.
Afastou pessoas, distanciou sentimentos e excluiu muitos da sociedade que viviam alheios ou sem acreditar que tal INVASÃO pudesse acontecer e devastar com tamanha rapidez, tanta gente pelo mundo afora.
Vale ressaltar, que antes dessa pandemia, tivemos outros CONTRIBUINTES DEVASTADORES DA HUMANIDADE:
• Aids
• Ebola
• Febre Amarela
• Gripe Espanhola
• Malária
• Poliomielite
• Sarampo 
• Tifo
• Tuberculose
• Varíola 

Os estudiosos sei que tem o número exato de mortes causadas por estas doenças, e devem ser assustadores.


PERGUNTEMO-NOS:
• Qual o aprendizado, em que melhoramos ou em que pioramos, quais as perspectivas para o futuro, como encarar tudo daqui por diante, o acumulo de fortunas ainda é necessário, uma nova onda E MAIS DEVASTADORA cairá sobre a terra, E DEPOIS DO CORONAVIRUS O QUE TEREMOS QUE ENFRENTAR MAIS ADIANTE, Haverá alimento para suprir a demanda no mundo, as nossas produções agrícolas no Brasil, serão suficientes para consumo ou a exportação far-se-á mais necessária para capitalizarmos e equilibrar o PIB da nação enquanto abastecemos o mercado externo e corremos o risco de inflacionar nossos produtos aqui para o nosso consumo?

• Qual a nossa visão religiosa, como estaremos vendo, Deus, Cristo e a religião, o que teremos de bom em nós, que possa agradar a Deus, será que já estamos de fato vivendo os momentos finais do planeta, e as pessoas que não acreditam nessa probabilidade, como estão se preparando para o seu viver futuro?
Será que tudo que vivemos até aqui, acabar-se-á em breve sem que sejamos contemplados com a recompensa da vida eterna como o Cristo prometeu, quando afirmou: NA CASA DO MEU PAI EXISTEM MUITAS MORADAS, Muitas moradas para quem e para quantos?.

No que nos tornaremos após essa epidêmica situação que trancou em casa pais e mães de famílias, que teve que se sujeitar a um auxílio emergencial do governo e que viu os produtos mais essenciais para alimentação aumentarem exorbitantemente, fazendo a quantia valer menos da metade recebida?
Que mundo estaremos vivendo, já que (Muitos acreditam baseados na fé e eu me incluo nisso) que em breve, E MUITO BREVE, tudo isso aqui vai passar e uma nova terra será refeita e haverá um paraíso na terra, em que somente os bons de coração caráter e alma nele habitarão?
Deve haver sim, uma maneira de recuperar a nossa vida, de forma mais aproximada de Deus e dos seres que realmente merecem estar guardados e protegidos num reduto onde a paz o amor e a vida plena e abundante, esteja sendo preparada para cada um, desde que, merecedores sejam, desse usufruir.
Assim, teremos uma terra repovoada onde o mal, não existirá, onde o medo, não nos atormentará, onde a morte, jamais possa nos encontrar, pois o Senhor da vida, é quem tomará conta de cada um desses merecedores.

Vivamos, com a farta e abençoada esperança de que um dia, estaremos livres de tudo que causou tanta tristeza e que por ser tão forte, jamais lembraremos das agruras por aqui vividas.
Paz a todos o tempo todo todo e a todo tempo.


Carlos Silva.
05 de Outubro do ano de 2020
O Músico, poeta cantor e compositor CARLOS SILVA, segue a trajetória de cantadores utilizando o canto falado em seus shows, palestras e apresentações em unidades de ensino fundamental e superior. Criado entre as cidades de Nova Soure, e posteriormente em Itamira município de Aporá, a 180 Kms de Salvador, o musico carrega em sua bagagem o aprendizado colhido no meio de feira do interior baiano. Casado com Sandra Regina, tem 05 filhos e está aguardando o primeiro neto.Em 1981, participa de uma banda musical em Itamira(Ba) TRANZA A QUATRO, numa mescla de repertorio que variava de Beatles a Luiz Gonzaga, onde dá os seus primeiros passos como instrumentista (baterista da banda) ao lado de Hélio Dantas, Zé Milton E Carlinhos. Retorna a São Paulo, em 1982 e começa trabalhar em siderúrgica e deixa um pouco a carreira de lado. Em 1997, Conhece o Maestro Vidal França e produz o primeiro demo um ano depois: O CANTO DO MEU CANTO, que conta com a participação da cantora e compositora Mazé e de Zé de Riba. Tocam na noite paulistana na região do bixiga, onde Carlos Silva, inserido no mundo artístico por Vidal França trava conhecimento com boêmios onde forma mais tarde muitas parcerias musicais. A musica de trabalho do cd era LEMBRANÇAS DE MATO GROSSO DO SUL. Um passeio cultural pelas cidades do Ms, enaltecendo a riqueza pantaneira daquele estado. Em 2000 lança um outro single: NASCEU NA BAHIA O BRASIL, por ocasião dos 500 anos do Brasil. Em 2001, produz um cd experimental regravando essas obras já lançadas, com o titulo: ABRA OS OLHOS. Em 2003 sob a produção de Ney Barbosa compositor da Chapada diamantina da cidade Rui Barbosa na Bahia, entra em studio e com o selo da JBS grava o cd: RETRATANDO. Participa de vários programas de rádio na capital Paulista, São Paulo Capital Nordeste com o pesquisador paraibano Assis Angelo e na Radio Atual com Malu Scruz. Varias Rádios comunitárias e Tvs, recebiam a arte cantada de Carlos Silva, que de mochila recheada de Cds, percorria o Brasil divulgando a sua arte de cantar e agora atribuía á sua carreira, poesias em forma de literatura de cordéis. 2003, foi o ano que conheceu a coperifa e o poeta Sergio Vaz que o convidara a participar do projeto na Zona Sul de São Paulo. Fez programas de televisão como Tv Cultura, Rede Record e rede globo, Tv Alterosa em Minas Gerais. Carlos Silva dedicando-se á literatura, é convidado a participar da antologia poética O RASTILHO DA POLVORA e de um cd de poesias da coperifa, produzidos pelo Itau cultural em São Paulo. Viaja pelo Brasil pelos Estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, segue pelo Nordeste, Bahia, Pernambuco e Paraíba, agora amparado pelos cds e cordéis produzidos sempre de forma independente. 2008 Lança o mais recente trabalho fonográfico: O BRASIL EM VERSOS CANTADOS, que traz algumas parcerias com os seguintes colegas: Moreira de Acopiara, Chico Galvão, Joilson Kariri e Nato Barbosa.Morou por quase dois anos na cidade de Ilheus onde aproveitou bem essa passagem pelo sul da bahia e divulgou em Itabuna, Vitoria da Conquista a sua modalidade do canto falado. Seus principais parceiros musicais: Sandra Regina, Vidal França, Zé de Riba, Mazé Pinheiro, Lupe Albano, Karina França, Rhayfer (Raimundo Ferreira) Batista Santos, Ney Barbosa, Edinho Oliveira, Cida Lobo, Edmilson Costa, Paulo de Tarso Marcos Tchitcho e Nininho de Uauá.Forrozeando, o artista percorre a região nordeste, apresentando o seu trabalho em feiras culturais, dividindo os palcos da vida com artistas como: Azulão baiano, Zé Araujo, Cecé, Asa Filho, Antonio Barreto, Franklim Maxado, Kitute de Licinho e um punhado de gente bôa. As musicas são um filme para se ouvir, e cada frase, é um pedaço de poesia rebuscada na cultura popular e no solo sertânico chamado Brasil. Seus projetos futuros: Um novo cd, misturando versos e cantigas, o livro Poemas Versos e Canções, e muitos livretos de cordéis que pretende lançar a cada mês, para apresentação nas feiras culturais e colégios, bibliotecas e outros espaços culturais. CORDÉIS
Carlos Silva
Gostaria de poder acrescentar mais poesias, mas perdi senha e não sei mais como entrar.
16/março/2023

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