Fábio Romeiro Gullo

do pó ao po
eta

per
vers

a o
poe
sia ma

após o princípio foi a palavra
caindo sobre tudo

partícul-
a
partícula

letr-
a
letra

até que nada restasse
à vista
exceto a língua
cobrindo o mundo

camad-
a
camada

opaca como poeira

COISASãOENSIMESMADAS

POEMAMBIVALêNCIA

VARALPARAPALAVRAS

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todos no nascimento
todos no enterro
flores para todos
em ambos os momentos

infinito:
um menino
joga bola

um pombo alumínio
deflete ideias
transmuda em insônia
por arrulhos
na memória
decaimento de nomes
faces

no cheiro de hospitais
eternidade

mudo
testemunho
dizemos a
quietude
de ser na
luz
mais
de ser ainda
na sombra
escrevemos
viva
ó
viva
semp
terna
pergunta
por que é
preciso sofrer
para descobrir
provisório
por quê

versívoro
ser
não sendo
criar salva
do desespero
cria(-se) em
desespero
cria(-se) do
desespero
lamenta a
lentidão da
luz
tua mãe lacrimeja
antes que tu
vejas
depois da morte
não poderás mais criar
desculpas para a culpa
de ter nascido só uma
vez
verseja

..........................................................

..........................................................

do ar ao ar ......................

a bolha .............

nada ..........

na luz ..............

crepuscular ..........................

............................................................

............................................................