Bigorna e martelo
Como um punho forte nós batemos em aço puro
Tão quente como o núcleo de um vulcão
Colocamos nossa raiva entre nossos braços, deixamos o suor escorrer pelo rosto
Batemos sem remorso, moldamos sem ressentimento e esfriamos sem questionar
O martelo está pesado, mas vale o sacrifício para deixar o aço alinhado
Não adianta deixar uma bela obra de arte pronta sendo que seu artesão não vale o aço que foi gasto
A bigorna chora a cada batida
A cada som do trovão o artesão bate seu martelo, a cada relâmpago as brasas vão subindo
Cada um deve moldar seu respectivo aço, comprar um pronto vai apenas confirmar a pessoa que você è
Use o carvão, acenda o fogo, alimenta a chama deixe-a viva como o inferno
Derrama sobre ela seus sentimentos, raiva, ódio, nojo, repudio e vergonha
Deixe o aço ficar vermelho como o sangue mais puro
E deposite tudo isso entre o martelo e a bigorna
Sem parar, sem questionar, sem relembrar apenas bata
Pois aqueles que enganam os outros com falsos trabalhos nunca conseguiram ser bom em nada na vida
O aço queima, o martelo pesa e o molde está pronto com cada sentimento que você merece.
Jefferson