

Carlos Silva
O Músico, poeta cantor e compositor CARLOS SILVA, segue a trajetória de cantadores utilizando o canto falado em seus shows, palestras e apresentações em unidades de ensino fundamental e superior.
1963-04-14 São Paulo
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MINHAS LEMBRANÇAS COM O IMORTAL ANTÔNIO TORRES.
MINHAS LEMBRANÇAS COM O IMORTAL, ANTONIO TORRES
As lembranças impulsionaram a vida, e num instante lá estava eu aplaudindo o tão homenageado cidadão, agora acolhido não só pela sua cidade, não só pelo seu estado, mas também por todo o mundo.
De Pilões (Lugar onde dividira suas primeiras vivencias no planeta terra) para o mundo.
Aprendeu recitar uma poesia de Castro Alves, e hoje a declama utilizando o jeito engraçado que empregara nas primeiras visões com o mundo literário, provocando risos e afagos de carinhos pela expressão sincera ao relembrar os tempos idos, da sua querida professora.
Seus olhos ergueram-se para o mundo, e, feito duas Torres altas, avistou a real vida em forma de letras que foram se juntando até leva-lo para a casa de tantas letras fundada por José Maria Machado de Assis.
Hoje, crescido Homem, vestiu um fardão bonito, sorriu, lembrou-se de imediato da ladeira grande que o separava do outro mundo por viver, e bebeu em lembranças, as memorias vividas pelo seu “Velho povo” que para trás ficara.
Podia nessa visão, avistar o junco miudinho escondido num vale tão seu e tão de tantos que ainda hoje por lá vivem.
Lembrou do avô, dos pais, dos irmãos, dos amigos. Lembrou também da sua amiga Sônia entoando em notas sonoras, uma cantiga que ele jamais esquecera.
A ladeira grande, o Junco, o fardão, o numero 23, quantos números passara em sua vida até ali?
O Numero da idade, o numero de anos afastado do torrão, o numero de tantos outros números, agora dava lugar para outro que o acompanhará pelo resto do todo da sua vida.
Quer dividir com todos, os holofotes o descobrem, pra chegar ao numero 23, foram 17 obras espalhadas pelo mundo em tantas línguas.
Não é mais do Junco, é do mundo e para sempre o será, pois agora é imortal. E por onde assentou-se Machado de Assis, Jorge Amado, Zélia Gatai, hoje senta-se com a força de duas Torres, o filho amado do junco Antônio Torres.
O dia 26 de Abril de 2014, fora um marco histórico na cidade que repousa num vale, hoje conhecido por todo o mundo, através da escrita de Antônio Torres.
E lá estava eu na biblioteca que leva o seu nome. A convite de Ronaldo Torres (Seu irmão) fui convidado para participar do almoço. Que honra, que alegria, que momento inesquecível para mim, acomodar Antônio Torres no meu carro junto com Tom Torres e dirigirmo-nos para a casa do amigo e escritor Luiz Eudes.
Na confusão, (levado pela emoção) esqueci da minha amiga Cristiane Alves. Que furo, que Gafe, mas eu tenho certeza que ela entendeu e me perdoará pelo fato. E o que eu teria para conversar com Antônio Torres que fora acomodado no banco da frente?
Mas a conversa surgiu e um fato do momento fora comentado:
No caminho, conversamos sobre a discriminação racial que ainda impera no Brasil, citando o fato do Dançarino DG e o modo como perdera a vida. Segundo uma reportagem que eu assisti um dia antes, o jornalista disse que a ONU afirmou que a policia do Brasil, é a que mais mata no mundo. Que vergonha pro País verde e amarelo, envolto em tanta corrupção, impunidade onde a (des) justiça impera a ponto de nos envergonhar.
Antes do almoço, desembainhei o violão e na sala de entrada da casa do Luiz Eudes, improvisamos uma cantoria, onde Antônio Torres já se encontrava acomodado numa rede, repousando o corpo e a mente.
Dediquei a musica QUE SAUDADES DA PROFESSORINHA para ele, em homenagem á sua professora que o incentivara declamar a poesia de Castro Alves. O povo feliz por compartilhar aquele momento cantava acompanhando as trovas de um cantador.
Jorge Pacora registrando aquele momento com sua câmera de documentarista, e o repórter Egídio do jornal Diário do litoral norte, e também repórter e fotografo de um grande jornal do Estado da Bahia estava por ali cobrindo aquele momento festivo.
Almoço farto, e de muito bom gosto com variações da culinária nordestina, servida por Judite e pela Val e sua irmã. Bom demais sô.
De volta para a cidade, mais uma palestra e dessa vez no Colégio Edgar Santos, o homenageado falou da importância daquele momento e da sua emoção por estar vivendo esse momento.
Cristiane Alves, registrava a tudo e fazia comentários convidando o publico presente a se pronunciar( o que pouco aconteceu). Não... Não tinha nada pra falar, queríamos ouvir Antônio Torres falar sobre suas obras, amigos, infância, junco, ladeira, o velho povo etc...
Eu pensava: Quando será que Sátiro Dias reviverá outro momento assim? Nenhum outro município baiano estava mais feliz do que a velha junco naquele momento.
Ela “Sátiro Dias” fora privilegiada dentre os 417 municípios baianos que agora tem um do seu mais ilustre dos filhos, ocupando a cadeira de numero 23 na Academia Brasileira de Letras.
Final desta palestra a próxima seria as 18:00 horas na Câmara Municipal. Tom Torres, Jorge Pacora e eu, fomos fazer um lanche em frente ao colégio.
Tom perguntou: Você vai pra onde poeta, não quer tomar um banho lá no hotel onde estou? Agradeci e respondi dizendo: Eu vou lá pro centro, no quiosque do Suta ( Ou chuta) tomar um café prosear com ele um pouco.
Fui lá pro quiosque do Suta, tomei um café, entrei no carro, troquei a camisa, botei meu chapéu de couro(Identidade) e as 18:00 horas eu estava lá na Câmara municipal. Casa cheia com a presença de 8 vereadores e o prefeito da cidade, secretários, professores, amigos, parentes e visitantes que queria compartilhar aquele momento solene.
Eu via no semblante das pessoas, a alegria por homenagear aquele Homem que nascera naquela cidade, nascera como eles, em meio a dificuldades no solo seco daquele lugar, mas que agora estava encharcado de alegria e muita satisfação.
O olhar do escritor, varria o ambiente e o brilho do seu olhar carregado de simplicidade, era o da explicita gratidão aquele povo, aquele seu povo, que faz parte do velho povo que lhe mostrara tantas historias gestos e costumes da sua gente.
Vivi um grande dia, presenciando a histórica homenagem, que jamais se apagará da minha mente, e nem da mente de todos aqueles que ali estavam.
Imagino o coração dele pulsando alegria, jorrando felicidades, dando orgulho ao seu povo, sua aldeia (como ele citara fazendo uma referência a Leon Tolstoi).
Ele (Antonio Torres) escreveu sua aldeia e mostrou ao mundo o seu velho e tão querido Junco, hoje mais orgulho para todos que ali habitam.
Eu, que não sou de lá, senti o que é ter orgulho de saber que um imortal se fez ali, bem pertinho de todos nós.
Nas minhas poucas palavras, quero externar o meu agradecimento, a minha alegria, a minha satisfação, a minha gratidão por esta data vivida.
O abraço que dei no Ronaldo Torres( Tom Torres) por conhecermo-nos naquele dia, e dividido historias, foi de grande importância para o meu viver. E ter participado de tudo isso, veio em minha mente a vontade de transcrever tais emoções nessa crônica, que o faço com enorme satisfação.
Reencontrar poetas como Raniere (de Caldas de Cipó), conhecer José Olívio, Abraçar Cristiane Alves, conversar com o Prefeito Pedrito, trocar ideias com Wilson Cruz, ver os livros de Luiz Eudes e a coleção por ele mostrada do Antonio Torres, ter conhecido Jorge Pacora, cantado pra tanta gente bonita e comprometida com a literatura, com a arte, com a musica e com a vida, seria impossível transformar essa emoção que estou guardando aqui na mente e no coração.
Mas uma frase escapa-me aos lábios e posso dizer com o coração aberto: Obrigado a Lagoa das Pombas, Malhada das Pedras, ou simplesmente Junco, que a partir do ano de 1926 fora rebatizada com o nome de Sátiro Dias,e que não importando o nome, trás o nome de Antonio Torres, seu filho tão amado e imortal.
As lembranças impulsionaram a vida, e num instante lá estava eu aplaudindo o tão homenageado cidadão, agora acolhido não só pela sua cidade, não só pelo seu estado, mas também por todo o mundo.
De Pilões (Lugar onde dividira suas primeiras vivencias no planeta terra) para o mundo.
Aprendeu recitar uma poesia de Castro Alves, e hoje a declama utilizando o jeito engraçado que empregara nas primeiras visões com o mundo literário, provocando risos e afagos de carinhos pela expressão sincera ao relembrar os tempos idos, da sua querida professora.
Seus olhos ergueram-se para o mundo, e, feito duas Torres altas, avistou a real vida em forma de letras que foram se juntando até leva-lo para a casa de tantas letras fundada por José Maria Machado de Assis.
Hoje, crescido Homem, vestiu um fardão bonito, sorriu, lembrou-se de imediato da ladeira grande que o separava do outro mundo por viver, e bebeu em lembranças, as memorias vividas pelo seu “Velho povo” que para trás ficara.
Podia nessa visão, avistar o junco miudinho escondido num vale tão seu e tão de tantos que ainda hoje por lá vivem.
Lembrou do avô, dos pais, dos irmãos, dos amigos. Lembrou também da sua amiga Sônia entoando em notas sonoras, uma cantiga que ele jamais esquecera.
A ladeira grande, o Junco, o fardão, o numero 23, quantos números passara em sua vida até ali?
O Numero da idade, o numero de anos afastado do torrão, o numero de tantos outros números, agora dava lugar para outro que o acompanhará pelo resto do todo da sua vida.
Quer dividir com todos, os holofotes o descobrem, pra chegar ao numero 23, foram 17 obras espalhadas pelo mundo em tantas línguas.
Não é mais do Junco, é do mundo e para sempre o será, pois agora é imortal. E por onde assentou-se Machado de Assis, Jorge Amado, Zélia Gatai, hoje senta-se com a força de duas Torres, o filho amado do junco Antônio Torres.
O dia 26 de Abril de 2014, fora um marco histórico na cidade que repousa num vale, hoje conhecido por todo o mundo, através da escrita de Antônio Torres.
E lá estava eu na biblioteca que leva o seu nome. A convite de Ronaldo Torres (Seu irmão) fui convidado para participar do almoço. Que honra, que alegria, que momento inesquecível para mim, acomodar Antônio Torres no meu carro junto com Tom Torres e dirigirmo-nos para a casa do amigo e escritor Luiz Eudes.
Na confusão, (levado pela emoção) esqueci da minha amiga Cristiane Alves. Que furo, que Gafe, mas eu tenho certeza que ela entendeu e me perdoará pelo fato. E o que eu teria para conversar com Antônio Torres que fora acomodado no banco da frente?
Mas a conversa surgiu e um fato do momento fora comentado:
No caminho, conversamos sobre a discriminação racial que ainda impera no Brasil, citando o fato do Dançarino DG e o modo como perdera a vida. Segundo uma reportagem que eu assisti um dia antes, o jornalista disse que a ONU afirmou que a policia do Brasil, é a que mais mata no mundo. Que vergonha pro País verde e amarelo, envolto em tanta corrupção, impunidade onde a (des) justiça impera a ponto de nos envergonhar.
Antes do almoço, desembainhei o violão e na sala de entrada da casa do Luiz Eudes, improvisamos uma cantoria, onde Antônio Torres já se encontrava acomodado numa rede, repousando o corpo e a mente.
Dediquei a musica QUE SAUDADES DA PROFESSORINHA para ele, em homenagem á sua professora que o incentivara declamar a poesia de Castro Alves. O povo feliz por compartilhar aquele momento cantava acompanhando as trovas de um cantador.
Jorge Pacora registrando aquele momento com sua câmera de documentarista, e o repórter Egídio do jornal Diário do litoral norte, e também repórter e fotografo de um grande jornal do Estado da Bahia estava por ali cobrindo aquele momento festivo.
Almoço farto, e de muito bom gosto com variações da culinária nordestina, servida por Judite e pela Val e sua irmã. Bom demais sô.
De volta para a cidade, mais uma palestra e dessa vez no Colégio Edgar Santos, o homenageado falou da importância daquele momento e da sua emoção por estar vivendo esse momento.
Cristiane Alves, registrava a tudo e fazia comentários convidando o publico presente a se pronunciar( o que pouco aconteceu). Não... Não tinha nada pra falar, queríamos ouvir Antônio Torres falar sobre suas obras, amigos, infância, junco, ladeira, o velho povo etc...
Eu pensava: Quando será que Sátiro Dias reviverá outro momento assim? Nenhum outro município baiano estava mais feliz do que a velha junco naquele momento.
Ela “Sátiro Dias” fora privilegiada dentre os 417 municípios baianos que agora tem um do seu mais ilustre dos filhos, ocupando a cadeira de numero 23 na Academia Brasileira de Letras.
Final desta palestra a próxima seria as 18:00 horas na Câmara Municipal. Tom Torres, Jorge Pacora e eu, fomos fazer um lanche em frente ao colégio.
Tom perguntou: Você vai pra onde poeta, não quer tomar um banho lá no hotel onde estou? Agradeci e respondi dizendo: Eu vou lá pro centro, no quiosque do Suta ( Ou chuta) tomar um café prosear com ele um pouco.
Fui lá pro quiosque do Suta, tomei um café, entrei no carro, troquei a camisa, botei meu chapéu de couro(Identidade) e as 18:00 horas eu estava lá na Câmara municipal. Casa cheia com a presença de 8 vereadores e o prefeito da cidade, secretários, professores, amigos, parentes e visitantes que queria compartilhar aquele momento solene.
Eu via no semblante das pessoas, a alegria por homenagear aquele Homem que nascera naquela cidade, nascera como eles, em meio a dificuldades no solo seco daquele lugar, mas que agora estava encharcado de alegria e muita satisfação.
O olhar do escritor, varria o ambiente e o brilho do seu olhar carregado de simplicidade, era o da explicita gratidão aquele povo, aquele seu povo, que faz parte do velho povo que lhe mostrara tantas historias gestos e costumes da sua gente.
Vivi um grande dia, presenciando a histórica homenagem, que jamais se apagará da minha mente, e nem da mente de todos aqueles que ali estavam.
Imagino o coração dele pulsando alegria, jorrando felicidades, dando orgulho ao seu povo, sua aldeia (como ele citara fazendo uma referência a Leon Tolstoi).
Ele (Antonio Torres) escreveu sua aldeia e mostrou ao mundo o seu velho e tão querido Junco, hoje mais orgulho para todos que ali habitam.
Eu, que não sou de lá, senti o que é ter orgulho de saber que um imortal se fez ali, bem pertinho de todos nós.
Nas minhas poucas palavras, quero externar o meu agradecimento, a minha alegria, a minha satisfação, a minha gratidão por esta data vivida.
O abraço que dei no Ronaldo Torres( Tom Torres) por conhecermo-nos naquele dia, e dividido historias, foi de grande importância para o meu viver. E ter participado de tudo isso, veio em minha mente a vontade de transcrever tais emoções nessa crônica, que o faço com enorme satisfação.
Reencontrar poetas como Raniere (de Caldas de Cipó), conhecer José Olívio, Abraçar Cristiane Alves, conversar com o Prefeito Pedrito, trocar ideias com Wilson Cruz, ver os livros de Luiz Eudes e a coleção por ele mostrada do Antonio Torres, ter conhecido Jorge Pacora, cantado pra tanta gente bonita e comprometida com a literatura, com a arte, com a musica e com a vida, seria impossível transformar essa emoção que estou guardando aqui na mente e no coração.
Mas uma frase escapa-me aos lábios e posso dizer com o coração aberto: Obrigado a Lagoa das Pombas, Malhada das Pedras, ou simplesmente Junco, que a partir do ano de 1926 fora rebatizada com o nome de Sátiro Dias,e que não importando o nome, trás o nome de Antonio Torres, seu filho tão amado e imortal.
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