Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Indigente a solidão acontece derradeira e licorosa Embebeda-se da noite trigonometricamente musculosa Precisa, concisa e submissa mimoseia a escuridão tão portentosa
Numa cálice de orações inquietas esboça-se a fé mais espirituosa Volatilizam-se lágrimas caindo no algeroz de uma carícia fervorosa De corpo inteiro a solidão ordenha cada palavra fecunda e talentosa
Indigente a solidão prostra-se ao sabor das maresias tão melodiosas Ébria de raiva esmaga-se no litoral das emoções mais artificiosas Invisível apazigua um lamento contido na sinagoga das ilusões prodigiosas