José João Murtinheira Branco

1954-01-27 Vila Franca de Xira
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MATRIARCA

Nesse teu porte altivo e sério, de carácter e vontade

Trazes na aura a justiça de alma nobre e guerreira

Onde o presente é futuro e o passado foi bandeira

Das vozes filhas da dor, que choraram por igualdade.

 

Nesse coração solidário, que chora por ver chorar

O teu sal é semente dos frutos gerados na magia

Do pensamento verdadeiro de quem ama e quer amar

De quem sente e sacia a sede, na fonte da sabedoria.

 

Se a vida são vivências de sucessivas experiências

Que de forma repetitiva, sucedem sem cessar

As rugas desse teu rosto são sulcos dessa vivência

Que na pele suportou dores, de quem teve de lutar.

 

Matriarca, senhora de ontem, mãe, esposa, tia, avó, e amiga.

Nesse coração puro e vigilante, podes ser o que bem quiseres

De cetro justo e cintilante, senhora de hoje, em vida antiga

Bendito seja o que fizeres, louvado seja o que disseres.

 

Nesta sede de viver, talvez eu me posso perder

Nas noites escuras e profanas de encruzilhadas sem via

Feitas de ventos e tormentos que cegam, e não deixam ver

O farol da verdade, que tremula de enganos no pavio da utopia.

 

Se essa for a vontade, grita por mim, mostra-me o meu norte

Mantém acesa a chama da harmonia, aponta o rumo que devo tomar

Nessa luz de tom branco onde mora o chamamento, talvez eu tenha sorte

E ouça o sentimento que perdura para além da morte e me faça voltar.

 João Murty

 

 

 

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