Agosto para tudo

Agosto para comemorar as guerras

Mortes necessárias que ninguém mais liga


Agosto para os amores perdidos tristes e soltos

Agosto para os desgostos no horizonte

Tão cinza tão só

Desgosto para os agostos

Sempre


É agosto


Agosto para estragar versos tão bonitos

Agosto das redenções de anjos tortos que fazem sem saber

Não sabem gritar sublevar muito menos cuspir


Mas o faz

Cospe de lado meio que se contorcendo

Mas cospem

É preciso cuspir


O cuspe avisa em letreiros que estamos vivos!


Ainda podemos receber a eucaristia ao domingo

Além do salário nas terças


Vivos vivos para cantar músicas feias

Para esquecer dos que sabem


Ideias não morrem

Nem perfumes


Não sei

Mas faço

Cuspo


Não sei se entenderão

Ou será que minha musa é muda além de feia?


Te entrego meu cuspe

Faça bom proveito


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