Enfrentar o incomensurável oceano Seguindo caminhos que ninguém ousara, Por roteiros nunca antes navegados O intrépido, povo nauta lusitano Dando impulso à aventura desbravara Reprimindo medos e temores ignorados
O movimento da conquista dos mares Caminhos até então impossíveis trilhar Por mares escarpelados e agitados, Que só afinada prática de anos no mar E uma acurada leitura estelar Somada à destreza e instrumentos usados
Orientados pela bússola e o astrolábio Os guiou singrando os mares desconhecidos Envolvidos pelo espírito das cruzadas Milagrosamente quis o destino sábio Sucesso na missão, nautas destemidos A expansão ganhou forças redobradas
Finalmente enfrentando o longo mar Navegando nele por mais de um mês Seiscentas e sessenta léguas percorrer Avistaram algas abundantes sem par Sinais de terra a quatro milhas talvez Sua esperança se fez rejuvenescer
A Descoberta
Frente a frente, abriram-se novos horizontes, Quando aos vinte e dois de abril de mil e quinhentos Avistaram um grande monte, alto e redondo Ao sul terra chã, e mais baixos montes Grandes arvoredos de espécies aos centos E aí as naus ancoraram, não se expondo.
E amainando as velas desembarcaram Na terra que chamaram Vera Cruz Na praia, nativos nus, eles avistaram E com prudência redobrada lhes falaram Por sinais, um sombreiro e um capuz Que no primeiro contato lhes jogaram
Ao que um deles retribuindo a oferta Arremessou um penacho de papagaio E assim recebidos em paz aguardaram Novo dia p’ra pisar terra descoberta Onde nativos nus, impávidos como raio Ocultar suas vergonhas, jamais pensaram
Sem fé, sem lei, sem rei, esse povo era assim Entre eles não tinham bens particulares Moravam em cabanas muito grandes Tudo era comum em seu viver alfim Cada um senhor de si, de seus polegares Não conheciam o ferro, nem flandres
Foi aí então, que dois mundos separados Por séculos... milênios se encontraram O pré-histórico e o mundo civilizado Perante o futuro ali foram marcados Os primeiros sinais que ao mundo levaram O conhecimento de um povo ignorado
A TERRA DE SANTA CRUZ E a Pré-Colonização
Aquilo que uma ilha lhes parecia ser Era quase um continente em extensão De exuberante fauna e densa flora Com espécies desconhecidas a crescer A cada caminhada, a cada exploração Como nunca tinham visto até outrora
Terra descoberta de índios povoada De Jês, Caraíbas, Aruaques e Tupis Frondosos rios, cachoeiras e cascatas Era terra muito fértil se plantada No sub solo ouro, prata e rubis Riquezas conhecidas, frondosas matas
Somente o extrativismo do pau-brasil Foi a princípio o achado primordial A extração e o embarque da madeira Eram pagas aos índios com preço vil Através de bugigangas, et cetera e tal E o escambo era a moeda costeira
Os termos do o Tratado de Tordesilhas Os franceses não reconheciam válido E grupos de corsários diretamente Enchiam embarcações até às escotilhas Negociado com os índios a valor esquálido Prejudicando os lusitanos certamente
O que levou a Coroa portuguesa Em mil quinhentos e dois a terras arrendar A comerciantes como Fernando de Noronha Em troca de benfeitorias à realeza Para explorar pau-brasil e negociar Parte do lucro que o arrendatário sonha
As incursões freqüentes dos franceses E outros europeus à terra descoberta Levou o Reino de Portugal a organizar Expedições para expulsar maus fregueses Insuficientes ao que a cobiça desperta E só a destemida esperança os fez parar
DEGREDADOS E SOBREVIVENTES DE NAUFRÁGIOS
A Colonização Acidental
Diogo Alves Correia na Bahia naufragou Em mil quinhentos e dez, ali ficou perdido Casou com a filha do maior chefe guerreiro Teve filhos e outras mulheres esposou Pelos Tupinambás muito querido Se à valentia da morte foi herdeiro
João Ramalho no litoral de São Vicente Deu mostras iguais de força e valentia Casou com Bartira, filha de guerreiro Muitas concubinas, índias certamente Jamais podia mostrar fraqueza e cobardia Perigo não assusta o velho marinheiro
E milhares de degredados portugueses Aos sobreviventes de naufrágio somados Facilitaram a defesa e a ocupação E uma integração sem elmos e arneses E às condições dos índios adaptados Os jesuítas deram início à missão.
A Escravidão Indígena
O que seria a conquista espiritual Tornou-se desde logo escravidão Impondo ao povo índio a tortura Pela violência, matança sem igual Ao invés da prometida salvação Deram ao povo a canga e o timão
Constrangendo comunidades inteiras A entregar parcelas de sua produção Prestar serviços temporários gratuitos Foram estas as exigências estrangeiras Impostas aos donos da sua própria nação Sufocando pela espada os seus gritos
Os passos dos primeiros brasileiros Foram assim cruéis e tenebrosos. Racionais e bem mais organizados Impunham-lhes sacrifícios verdadeiros Atrocidades e ardis pavorosos Donos da nação foram escravizados
E aos poucos os povos primitivos Iam sendo expulsos ou dizimados Da terra descoberta e explorada Passando por intrusos os nativos Das terras iam sendo desapossados O vilão de tudo se enaltece na tomada
Em nome do cristo pilhavam inocentes Conspurcando toda dignidade humana Com o uso de atrocidades selváticas Procedimentos que são tão intolerantes Quanto o incesto e a sodomia na cabana O canibalismo, e todas suas práticas
As violências cruéis executadas Com matanças, incêndios e escravidão Reduzindo povos livres à dependência Praticados por pessoas civilizadas Demonstra terem menos evolução Do que os índios que imploravam clemência
E assim, a gente a que se referiu Caminha De santa inocência, segundo as aparências Teve transformada a sua simplicidade Porque a obra dos cristão foi tão mesquinha Derramando ódio, semeando violências Como tem feito ao longo da humanidade
Levou os índios em sua auto defesa A passarem a ser cruéis e sanguinários Porém, não tanto como os dominadores Que os perseguiam com tanta safadeza Que se mais houvesse mais seriam Sacrificados em nome dos valores
Das grandes qualidades e da moral E por ser fraca a força dessa gente Impunham regras para eles desconhecidas Como se seu viver não fosse natural. E com a lança e a espada, geralmente Faziam as suas leis serem cumpridas
A busca de metais preciosos, ouro e prata Riquezas mil, diamantes e esmeraldas E a mão de obra dos senhores de engenho Intensificou-se na escravidão pirata. A bandeira que foi luz já não desfralda E o timão que os guiou, passou a lenho.
O ciclo do ouro
E aquilo que uma ilha parecia ser Era quase um continente em extensão De exuberante fauna e densa flora Com espécies desconhecidas a crescer A cada caminhada a cada exploração Como nunca tinham visto até outrora
Rios e arvoredos em profusão Frondosas cachoeiras, lagos e cascatas Com a descoberta de ouro e diamantes No velho mundo, provocou repercussão Dois séculos após a exploração das matas O achado de riquezas importantes
Homens e mulheres, uns novos, outros velhos, Plebeus e nobres, fazendo fuxicos Clérigos e religiosos de várias seitas Na terra descoberta meteram o bedelho Pois todos queriam fortuna, ser ricos O caminho das minas, doses perfeitas
A busca do ouro a desordem gerou Quando no ano de mil setecentos e dez Mil paulistas tentavam precaver-se De setenta mil forasteiros. Fracassou porque a coroa sem controle de lés-a-lés Temendo sua opulência não os apoiou
Como resultado das crescentes desavenças Ocorreu a dita Guerra dos Emboabas. Mas de lavra em lavra, barranca em barranca Os garimpeiros paulistas sem licenças Na busca de outros campos, outras tabas Buscaram jazidas, onde a lei é franca
Formavam uma população errante, Que se deslocava ciganamente Em busca do ouro aluvial ou de minas Outros, levaram a pecuária adiante Na vontade que o costume lhe consente Se a tanto ajudassem prados e campinas
Escravidão no Brasil
Na primeira metade do século XVI Teve início no Brasil a escravidão Por navios negreiros conduzidos Para mão-de-obra escrava dos coronéis Nos engenhos de açúcar em servidão Os negros da África eram trazidos
Na cana de açúcar ou minas de ouro Tinham de trabalhar de sol a sol Com alimentação de baixa qualidade Recolhidos nas senzalas com desdouro Acorrentados desde a noite ao arrebol Seus senhores deles não tinham piedade
Mil castigos ainda lhe eram infligidos Sendo o açoite entre eles o mais usado Amarrados ao lenho eram chicoteados Até ficarem prostrados, desfalecidos Como se seu amo fosse recompensado Por seus desatinos banais e impensados
As restrições eram tantas e tamanhas Que mesmo apesar de acorrentados fugiam Das sevícias continuas e desumanas E aos poucos em inédita façanha Criaram quilombos onde se protegiam E onde a liberdade tinha forma humana
Foi na metade do século XIX Os Ingleses, tanto tráfico haviam feito Passaram a contestar a escravidão Ditando lei que aprisionar aprove Navio nessa prática ao mar afeito Carregue em seus porões, dita nação
Só em mil oitocentos e cinqüenta o Brasil Pôs fim ao ignóbil tráfico negreiro Para vinte e um anos depois aprovar A Lei do Ventre Livre com o perfil Da liberdade. Foi o pendão pioneiro Que a Lei Áurea acabou por expressar
TIRADENTES
O apagar das luzes do século XVIII Com o esgotamento das minas a Coroa Ávida na cobrança de impostos, instituiu A Derrama que consistia pelo intróito Cobrar de cada um com força de leoa Uma quota d’ouro que suado auferiu
A Casa da Fundição foi reprimida Tal punição, foi violência acesa Quando morto seu líder Felipe Santos A repressão à liberdade foi vencida Pela influência da Revolução Francesa Criou o desejo de liberdade, entre tantos
Surgiu um movimento pela liberdade Na busca de igualdade e conhecimento Sob o signo: “Liberdade ainda que tardia” E no auge da expansão e densidade Por um traidor, foi delatado o movimento Em troca do perdão por tudo que devia
Joaquim Silvério dos Reis, era seu nome Que levou à forca e ao esquartejamento O alferes Joaquim José da Silva Xavier A cabeça decepada até que o tempo consome Fixada num poste, em puro atrevimento Em plena Vila Rica, para estremecer
O anseio de liberdade e de igualdade Que o pensamento filosófico Francês Face à Revolução recente, acontecida Influenciou esse grupo por liberdade Clamando contra o domínio português Que sufocado teve a chama extinguida
Dom JOSÉ I A era do Marquês de Pombal
Em 1750, morre Dom João V, Aquele que por fausto, luxo e poderio Ao rei francês Luis XIV comparado Deixa o reino em grave crise, faminto De ouro e diamantes o cofre vazio Tesouro que d’colônia havia transportado
Sucede-o Dom José I, bragantino Que para o cargo de secretário de estado Escolhe Sebastião José de C. e Melo Marquês de Pombal por força do destino, Para superar dificuldades do estado E reerguer o combalido reino, com zelo.
Incentivou o comércio e a agricultura ‘streitou relações com a colônia Brasil Capitanias hereditárias extinguiu Ao desvio d’ouro e diamantes, linha dura Enérgico e cruel, era seu perfil Os Jesuítas de cá e de lá baniu
Transferiu a capital de Salvador Para São Sebastião do Rio de Janeiro Criou no Rio, o Tribunal da Relação De companhias de comércio, ordenador Adotou medidas em que foi o pioneiro A controlar as jazidas e extração.
Em 1755, um terremoto Arrasou toda a cidade de Lisboa Na reconstrução imprimiu sua marca E quando o povo ficou sem um proto, 2,5 milhões de toneladas de ouro amontoa Milhões d’quilates de diamantes tira d’arca
E cheio de energia e dinamismo Lisboa inteira a seus pés reconstrói Dois anos após, falece Dom José I Assume Dona Maria, sem civismo Pela doença que sua mente corrói, E aí o Marquês, foi o imolado cordeiro...
A Corte Portuguesa no Rio de Janeiro (1808-1821) D. JOÃO VI
Aos 10 de fevereiro de 1792 Assume regência em nome de sua mãe Dona Maria, em razão da doença Em nome próprio, sete anos depois. No ano sete, do século XIX, vem A ameaça de invasão francesa, pretensa
Pois com o advento da Revolução Francesa Uma luta contra os países absolutistas Tinha iniciado e sentiam-se ameaçados Por isso a vinda da coroa Portuguesa Fugia às sanhas de Napoleão imprevistas E ao Bloqueio Continental criados
Assim, às pressas nesse final de ano Uma esquadra composta de oito naus Três fragatas, vinte navios mercantes Zarpa rumo ao Brasil cruzando o oceano Acomodando quinze mil pessoas no caos Aportaram em Salvador os viajantes
Com pulgas, piolhos, imundos e fedidos Chegando um mês depois ao Rio de Janeiro Final da travessia, do sofrimento A corte se instala em prédios cedidos Por ordem de lei determinando, primeiro Dar o segundo bem aos migrantes sem assento.
Dom João, logo após aportar na Bahia Assinou a Carta Régia abrindo os portos Revogou a proibição de manufaturas Abre tecelagens p’ra crescer a economia Criou o Banco do Brasil e outros confortos Oferecendo ao Brasil novas estruturas
Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves Elevou. para, com a morte da rainha Em mil, oitocentos e dezesseis, suceder-lhe Com o título Dom João VI, sem adarves. No Rio, foi coroado como convinha E uma soberana nação, prover-lhe
A revolta de Pernambuco enfrentou. Em 1821, regressou a Portugal, P’ra acalmar ânimos dos reinóis indignados Dom Pedro regente do Brasil nomeou Passando a nação soberana. A antes colonial Promovendo também importantes tratados.
Independência do Brasil
7 de setembro de 1822
O fato histórico de maior relevância É o que marca a Independência do Brasil, Não só pela conquista política Como também pela grande importância De marcar o fim do domínio servil Ao governo que Tiradentes fez crítica.
O príncipe D. Pedro, teve sondado acesso A fim de conquistar e obter sua adesão À nobre causa para o poder da nação E ao receber carta exigindo o regresso Abolindo a regência, às Cortes disse não Permanecer no Brasil, foi sua decisão
Assim a nove de janeiro de 1822, Por um Brasil independente pronunciou... - Se é para o bem de todos e felicidade Geral da nação, diga ao povo que “Fico” Nesta decisão, José Bonifácio se destacou Quando a paz é almejada, há liberdade
Tomou medidas que desagradaram Sua Alteza E à metrópole, pelo caminho que trilhava À independência. Organizando a Marinha de Guerra Repatriando todas as tropas portuguesas E uma Assembléia Constituinte convocava E que, sem o “cumpra-se” toda a lei caia por terra
Voltava de Santos, quando chegou ao Ipiranga Paulo Bregaro correspondia lhe trazia Dom Pedro agoniado por uma disenteria Ao Padre Belchior pediu ler as cartas, de tanga E tremendo de raiva, de volta as pedia Pisou-as no chão e um grito se ouviu
Era sete de setembro a independência proclamou Às margens do riacho do Ipiranga, oh! Céus ! Fazia um sol de verão, o céu cor de anil O Príncipe desembainhou a espada e gritou - Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil”
A história diz que levantou a espada e gritou - “Independência ou morte”, dístico de ouro Que mandou seu ourives Lessa fazer Numa fita verde a amarela o colocou No braço, indo ao espetáculo sem desdouro Quando foi chamado rei do Brasil, sem ser.
Primeiro Reinado (1822-1831) D. PEDRO I
A Constituição de 1824 E o predomínio do Partido Português E a oposição ao autoritarismo Geraram momento crise, o retrato Atrelado à baixa do preço dos cafés Levou o Governo Imperial a um abismo
O liberalismo era oposto ao mercantilismo Praticado pelos Estados absolutistas E favoráveis à redução do poder Dividindo em três esferas de civismo Executivo, Legislativo e Judiciário Na esperança de um equilíbrio obter.
Agravando a crise, em mil, oitocentos e vinte e cinco Eclodiu a Guerra Cisplatina e a perda Da província e a independência do Uruguai O conflito durou três anos com afinco Até que a tropa já cansada e lerda Reconhecendo a independência sai
Deixando o governo mais enfraquecido A insatisfação com os gastos militares Desgaste aliado à outorga da lei maior Ao grandioso empréstimo contraído O Banco do Brasil indo pelos ares, Fez crescer a oposição ao Imperador
E querer conservar o Poder Moderador Gerou em seu reinado sérios conflitos Agravada pelo problema financeiro Minaram a popularidade do Imperador Não conseguindo reverter estes atritos Abdicou ao trono, do reinado primeiro.
Período Regencial (1831 - 1840)
A abdicação de Dom Pedro criou um vazio A nação continuou mergulhada no caos Aumentando a incerteza quanto ao futuro A disputa pelo poder. Verdadeiro desafio Os ânimos se acirraram em todos os degraus Foi para todos envolvidos um apuro
Os integrantes do partido brasileiro Eram os moderados favoráveis às reformas E os restauradores partidários a D. Pedro Do partido português o escudeiro E os liberais radicais de outras formas Chamados farroupilhas, contra Pedro.
O agravamento da situação econômica E o anseio de uma maior participação Das camadas popular e da classe média Duas correntes em disputa gnómica Aristocracia rural em oposição Aos liberais exaltados querendo a rédea
do poder. Eles que haviam-se aliado Para derrubar D. Pedro do poder Lutavam agora entre si, decepcionados Ante a impossibilidade do fim colimado Três as tendências políticas, a saber: Restauradores, liberais e moderados
Nesse quadro de agitações políticas Organizar o Governo era imperioso De lês a lês, o clima era de agitação Explodiam conflitos, sobravam criticas Aguardando Pedro de Alcântara, majestoso Atingir a maior idade e/ou emancipação
Neste período uma Regência Provisória De setenta dias sua curta duração Outra, com Bonifácio, a Trina Permanente Por acerca de quatro anos na história Quase cinco a Una, até à emancipação Com Feijó e Araújo Lima à sua frente
Segundo Reinado (1840-1889) D. PEDRO II
O período regencial que se prolongou Por toda a década de mil, oitocentos e trinta Foi uma das fases mais conturbadas da história Que a unidade do império feriu e ameaçou De tal forma que minha exposição sucinta Não permite os detalhes de toda a trajetória
A ponto de introduzir o Ato Adicional À Lei Maior para fortalecer o poder Dando às províncias um mínimo de autonomia Para não impor repto ao poder central Como a revolução farroupilha em vigor Criando a República Piratini, logo extinta
O movimento farroupilha Laguna,alcançou No ano de mil, novecentos e trinta e nove Onde instalou a República Juliana. As tropas legais que Caxias comandou Impôs derrotas nas batalhas que promove O ponto final na guerrilha desumana
Havia ao mesmo tempo outras insurreições A Cabanagem, luta entre Rio Negro E Grão-Pará, atual Amazonas Desejando de Belém separações. Outra, a Baialada e, se todo esforço emprego No Maranhão uma das vis intentonas.
Por grupo que se opunha ao Ato Adicional. Outra insurreição chamada Sabinada Ocorria em Salvador e Feira de Santana Defendia a autonomia provincial Querendo impor naquela situação gerada Um governo de tendência republicana.
E foi entre as agitações políticas e sociais E o perigo da divisão territorial Que em junho de mil, oitocentos e quarenta A antecipação da maioridade pelos liberais Consta apreciação da Câmara em seus anais Com menos de quinze anos, liberto da placenta
E assim, subiu ao trono Dom Pedro II, Na esperança de agregar todas as tendências Em torno do jovem, o novo Imperador. Foi criado um ministério que a fundo Governava tal qual, como nas regências Face à prematura idade do Imperador
Os irmãos Andradas e os Cavalcanti Formavam o novo gabinete imperial Seu partido de Liberal, só tinha o nome Era discricionário, predominante O cacete, era o regime eleitoral Nas eleições realizadas seu cognome
Os partidos Conservador e Liberal Tanto um como o outro eram integrados Pelos grandes proprietários escravistas Cujo interesse recíproco unilateral Era antidemocrático e irracional Imotivado de idéias progressistas
Entre ambos, não havia diferenças profundas Já que as duas correntes concordavam Manter a monarquia e o regime servil E apesar de tamanhas barafundas Liberais e Conservadores se revezavam Na presidência dos ministros do Brasil.
O ministério mais eficaz da monarquia E o que mais consolidou a política Centralizadora, foi o de Olinda Aquele que o tráfico negreiro suspendia Com lei que impôs ao tráfico, malgrado a critica A monocultura cafeeira florescia.
Nesse mesmo ano de mil, oitocentos e cinqüenta Nosso Código Comercial foi promulgado, Vigorando até hoje em nossos Tribunais Neste reinado, novo horizonte se apresenta Dois anos depois o telégrafo instalado Em seguida a primeira estrada de ferro brasileira
Um novo horizonte se descortinou neste reinado Com a extinção do tráfico o fluxo de capital Passou a ter outra demanda na economia Em atividades financeiras e de mercado Acentuado aumento na produção industrial Com a aplicação dos recursos sem tirania
Dir-se-ia que um novo país despontava Mas mesmo assim, os conchavos e intrigas Fomentavam sob influência da facção áulica Face à supressão do tráfico iniciada As aguerridas oposições inimigas Despontavam nos deputados a futrica
A razão era simples, toda a economia Desde a época colonial estava pautada No trabalho escravo e deste prescindia Só a Lei Euzébio de Queiroz reprimiria O tráfico negreiro, no clamor duma virada Entre conservadores e progressistas
Após o malogrado gabinete Zacarias No segundo, impondo ares de moral e justiça Aposentou velhos ministros da alta corte. Pela abolição gradual da escravatura A situação se agrava e incita a guerra No Uruguai, prelúdio da do Paraguai
Estendeu-se a monocultura cafeeira, Do vale do Paraíba ao Rio e Minas, Mas a florescente lavoura prescindia Da mão de obra escrava e costumeira Gerou insurreição, a quebra de rotinas Em lutas partidárias, repúdio maior
À monarquia.; em prol d’idéias liberais Que varriam a Europa no século XIX A favor da república e reforma total Num Manifesto, que se opunha aos reais poderes pessoais do Imperador, remove Sob os efeitos da guerra do Paraguai
Aos 3 de dezembro de 1870 é publicado O manifesto de mudança republicano De não pela resolução, mas pela evolução O ministério São Vicente é derrubado pelos liberais. Mas a situação decano Com Rio Banco manteve a mesma situação
Em maio de 1875, quando era Vista a situação em franco progresso Deteriora-se com a crise bancária Uma terrível seca, grave e mortífera Com perdas de homens, recursos e preços Impelindo os nordestinos a outra área
Evidentes sinais que chegava ao fim. A crise prolonga-se até 1886 Quando em Londres o país faz empréstimos Porém, já tarde de mais para o festim O prestígio do monarca começa a declinar Com acirradas críticas aos seus préstimos.
Na última década do governo de Pedro II O poder monárquico teve dez governos Com pontos de vista diversos ou opostos E houve quatro legislaturas no período As três primeiras autorizavam nada menos Que dissolver a câmara. A quarta perdia posto
Impedida pela implantação da república. Nos dois últimos anos que a antecederia, Ficou o Imperador gravemente doente Embarca para a Europa deixando pública Na regência a princesa Isabel, assumia Decretou a Lei Áurea, escravidão não consente
A situação, passada a onda de euforia Ganha corpo a campanha republicana Medo do reinado da princesa e Conde d’Eu O prenúncio do terceiro Reinado, seria. Com a ausência de Dom Pedro sobe a gana Dos que se batem contra o emperro do regime.
Aos vinte e dois de agosto de 1888 Regressa D. Pedro II da Europa E é recebido sob acolhida triunfal Calorosa manifestação, o povo afoito Dava mostras de fidelidade e toda tropa Mostrava adesão e aplausos sem igual
Dom Pedro não era mais o mesmo homem Cioso de seu poder e diligente Como sempre foi antes de adoecer Por sua vez a libertação dos escravos Gerou insatisfação nos fazendeiros Os militares também estavam descontentes
A supremacia do poder civil ao militar A oficialidade não via com bons olhos Os primeiros sinais foram as punições Aplicadas ao coronel Alexandre Vilar Em seguida ao tenente–coronel Madureira E ao coronel Ernesto Cunha Matos
Esse reflexo gera mal-estar e o senado Em manifesto do Visconde de Pelotas E do Marechal Manuel Deodoro da Fonseca Exprimem desapontamento, dão o recado E mostras da força do exército em suas botas E o Clube Militar ficou levado da breca
No ministério Visconde de Ouro Preto Novos incidentes entre militares e governo Acusando aqueles de insubordinação E de incidente em incidente chega outubro Quando se iniciaram as articulações Entre militares descontentes e republicanos
A exaltação militar expandia-se Nada os intimidava o desafio lançado Benjamin Constant procura atrair Deodoro, para o golpe finalizar-se Presidente do Clube Militar a seu lado O grosso da tropa poderiam atrair
Foram recebidos por Deodoro em sua casa Quintino Bocaiúva, Francisco Glicério, Aristides Lobo e também Rui Barbosa Deodoro mostrou-se esquivo e reservado Por derradeiro, acabou levando a sério Na revolta sua missão seria a militar
E, assim, quatro dias depois o exército Aos 15 de novembro de 1889 Sob o comando de Deodoro da Fonseca Em nome daquele, da armada o do povo Pôs fim à monarquia e ao Império Com a proclamação da República
Poesia em elaboração (até à república) 23/04/2007
São Paulo, 14 de abril de 2006 Armando A. C. Garcia