Henriqueta Lisboa

Henriqueta Lisboa
Henriqueta Lisboa foi uma poetisa brasileira.
Nasceu a 01 Janeiro 1901 (Lambari, Minas Gerais, Brasil)
Morreu em 09 Outubro 1985 (Belo Horizonte)
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Henriqueta Lisboa (Lambari MG 1901 - Belo Horizonte MG 1985) publicou Fogo Fátuo, seu primeiro livro de poesia, em 1925. Havia se formado há pouco tempo no Curso Normal, em Campanha MG. Em 1929, saiu Enternecimento, pelo qual Henriqueta ganhou o Prêmio Olavo Bilac de Poesia. Nos anos seguintes, publicou Velário (1936), Prisioneira da Noite (1941), O Menino Poeta (1943), A Face Lívida (1945). Em 1945 , tornou-se Professora de Literatura Hispano-Americana na Universidade Católica de Minas Gerais. Nas décadas posteriores produziu livros de ensaios sobre literatura brasileira e estrangeira, traduções e obras poéticas, entre as quais Flor da Morte, que recebeu em 1952 o Prêmio Othon Bezerra de Mello. Em 1963 tornou-se a primeira mulher eleita membro da Academia Mineira de Letras. Entre 1961 e 1968 foi organizadora da Antologia Poética Para a Infância e a Juventude e da Literatura Oral Para a Infância e Juventude. Em 1984 recebeu, pelo livro Pousada do Ser (1982) o Prêmio de Poesia Pen Club do Brasil. Também recebeu, em 1984, o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. Henriqueta Lisboa filia-se à segunda geração do modernismo, embora seus primeiros poemas apresentem inflexões simbolistas. Além da vasta obra poética para adultos, ela produziu alguns dos melhores poemas infantis brasileiros.
Henriqueta Lisboa foi uma poeta e tradutora brasileira, nascida em Lambari, Minas Gerais, a 15 de julho de 1901. Contemporânea exata de poetas como Murilo Mendes, Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade, publicou seu primeiro livro em 1925, chamado Fogo fátuo. A este seguiram-se coletâneas que foram saudadas não apenas pelos melhores críticos do momento, como Sérgio Buarque de Hollanda e Otto Maria Carpeaux, mas também por seus pares, como Mario de Andrade, Manuel Bandeira e Drummond. Correspondeu-se com vários deles, cartas que vêm sendo publicadas nos últimos anos em belos volumes. Alguns de seus livros incluem A face lívida (1945), Flor da morte (1949) e Montanha viva (1959), e ainda os excelentes e necessários, a meus olhos, Além da imagem (1963), O alvo humano (1973) e Reverberações (1976). Recebeu o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.
 
 Dentre os poetas brasileiros injustamente negligenciados nas últimas décadas, Henriqueta Lisboa figura alto em minha lista pessoal. É urgente sua recuperação. Em um artigo dedicado ao trabalho das mulheres na Literatura Brasileira, escrevi sobre a mineira, ao compará-la com sua colega mais famosa, Cecília Meireles:
 
As páginas de poesia na Rede geralmente concentram-se na obra inicial de H. Lisboa, mais mística e abstrata, dos poemas de A face lívida (1945) e Flor da morte (1949), que foram, no entanto, bem recebidos por críticos inteligentes como Sérgio Buarque de Holanda. Mas a obra final de Henriqueta Lisboa nos entregou uma poeta não apenas consciente de sua condição como mulher, como uma escritoa bastante material.
 
Publicado pela Editora Global há alguns anos, o volume Os Melhores Poemas de Henriqueta Lisboa, com organização de Fabio Lucas, traz alguns dos excelentes poemas de Além da imagem e exemplos do que há de melhor em poesia minimalista no Brasil, com textos do volume Reverberações (1976), com o qual muitos de nós hoje poderíamos aprender a escrever poesia realmente concisa, sem ser desarticulada. Os poemas destes livros prefiguram o lirismo coisista de poetas como Hilda Hilst e Orides Fontela.
 
--- Ricardo Domeneck