adrianoperalta

adrianoperalta

Escritor Latino-americano.

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Alguns Poemas

Em busca de uma vida frugal

RINÓPOLIS : “De Beata Vita”.

As pessoas labutam diariamente em busca da vida perfeita, do corpo perfeito, da saúde perfeita, da família perfeita e de tudo  mais que representa o ápice na sociedade.

O doutor Gileade era a síntese do que seria um ser humano invejável.  Com 57 anos de idade, era desembargador em Brasília e gozava do auge da saúde física e mental. Poderia ter se aposentado, mas preferiu continuar trabalhando para manter o status do cargo  e os benefícios complementares que faziam sua remuneração da ativa saltar às alturas.

Sua família era indelével:  a esposa e companheira de mais de 30 anos, e um casal de filhos. A filha mais velha era promotora de justiça e o caçula médico geriatra casado com uma endocrinologista. Três netas complementavam a continuidade da geração.

A típica família de propaganda de margarina. Residência num condomínio de luxo, carros importados, férias nos lugares paradisíacos, refeições em restaurantes com estrela “Michelin”.

Num domingo ensolarado de outono, Gileade levanta-se da cama e observa sua esposa que continua repousando. Vai à cozinha preparar o café e vinte minutos após compor a mesa, retorna ao quarto para avisar que o “breakfast” está servido.

Chama e ela não responde. Toca em seu ombro e sente que o corpo está gélido e sem vida.

Desesperado, ele aciona o atendimento médico de urgência. Era tarde demais. Ela morreu dormindo, ou como diria um vereador brasileiro que virou meme na internet “dormiu e quando acordou já estava morta”.

Foi um dos velórios mais concorridos da capital federal. A nata da sociedade se fazia presente. Àquela altura, já havia uma meia dúzia de mulheres despertando interesse pelo novel viúvo -  desde mocinhas na casa dos 25 anos, balzaquianas  e até uma prima da falecida que já rompera o marco da terceira idade.

Casar-se com o desembargador era como ganhar na loteria. Era garantia de vida tranquila, confortável e de glamour social.

Nos dois primeiros dias após o sepultamento, houve a companhia dos filhos e netas e após isso, cada qual seguiu seus passos, mantendo apenas o contato por aplicativos de mensagens.

No final do mês, ele teria que tomar uma decisão difícil. Estava prestes a concluir um curso de pós-doutorado em direito público na Universidade de Salamanca e as passagens já estavam compradas em nome dele e da esposa. Seguir os planos originais ou desistir da viagem:  era a dúvida que lhe martelava o cérebro.

Mesmo a contragosto, tomou o avião até Madri. Pernoitou no hotel que a esposa tinha reservado, no bairro Chamberí. Na manhã seguinte, foi na locadora buscar o carro,  conforme previamente programado.

No estrada rumo à Salamanca, tinha a intenção de almoçar em Ávila. Restando menos de 40 quilômetros para chegar ao restaurante pretendido, ele não percebeu  e passou sobre um objeto metálico caído na pista.

Estourou o pneu e quase capotou o veículo. Parou no acostamento e foi pedir socorro num sítio à margem da estrada.

O morador idoso lhe prestou auxílio e o levou para sua casa. Gileade chorava sem parar, como uma criança perdida. Seu choro não tinha uma explicação certa: era pelo acidente do carro, pela perda da esposa, pela dúvida em continuar o pós-doutorado, pela falta de rumo na vida, pelo medo de cair em depressão ...

O espanhol era Alfredo, que morava naquela pequena propriedade com o seu filho, este tinha um certo grau de deficiência mental.  A granja   fora herdada dos avós, transferida aos seus pais e seguiu a linha sucessória.

A casa feita de pedras tinha mais de cem anos. Após percorrer o mundo, Alfredo decidiu voltar às origens e viver no estilo minimalista na propriedade da família. Utilizava apenas o necessário para viver bem. Tinha uma camionete na garagem, mas transitava com uma bicicleta com a qual se deslocava até o povoado de “Ojos-Albos” para comprar mantimentos e visitar os amigos. Fazia questão de ajudar os necessitados.

Parece que os astros convergiram naquele momento. Um desembargador que estava perdido e precisando de ajuda encontra um altruísta disposto a lhe acolher.

Gileade desistiu do curso e ficou ali por mais de uma semana. Trabalhava na terra e visitava o vilarejo;  às vezes a pé, e em outras vezes de bicicleta.

No retorno ao Brasil,  entendeu o propósito da viagem e entendeu que Alfredo fora um anjo colocado em sua vida para lhe mostrar o caminho da felicidade.

Pediu aposentadoria e reuniu-se com a família. Explicou que precisava de uma nova razão para viver.

Dividiu o patrimônio em cinco cotas e transferiu cada uma para filhos e netas. Guardou para si apenas o dinheiro de um dos carros, que foi vendido, e de um investimento que possuía em títulos do Tesouro Nacional. Nem os móveis e utensílios da casa lhe acompanhariam na nova jornada.

Comprou um carro básico com seis anos de uso, colocou nele algumas roupas e objetos pessoais e tomou rumo ignorado.

Transformou-se numa espécie de andarilho, mas com algum tipo de conforto.

Tirou a barba que era sua marca registrada e apagou todos os registros em redes sociais. Em princípio, sonhava em aportar em alguma cidadezinha no estado de Minas Gerais.

Andar sem rumo pelas estradas tinha uma grande vantagem: podia se perder à vontade porque ele não sabia qual seria o destino. Quando sentia fome, parava em algum ponto simples na beira do caminho e ali mesmo lanchava e às vezes tirava uma sesta -  à sombra de alguma árvore.

Já havia atravessado o estado das Minas Gerais, quando avistou uma senhora humilde com uma criança de colo pedindo carona às margens da rodovia SP-425.  Seu projeto de vida era ajudar as pessoas e ali havia alguém necessitando.

Parou seu Renault Clio e abaixou o vidro do passageiro. A mulher pediu carona dizendo que a filha bebê estava queimando de febre e precisava ser levada a um posto de saúde para ser medicada.

O local mais próximo era a pequena cidade de RINÓPOLIS, no estado de São Paulo. Ele deixou a mãe e a criança na porta do posto de saúde e deu-lhe a quantia de duzentos reais em dinheiro - suficientes para a compra de remédios e para pagar um táxi de retorno.

Já passava das 16 horas e  ele decidiu hospedar-se num hotel popular no centro da cidade. Guardou os pertences no quarto e foi sentar-se na praça do outro lado da rua. As pessoas lhe cumprimentavam, mesmo sem conhecê-lo, desejando boa tarde e perguntando como ele estava.

Parecia ter encontrado o local ideal, para manter o anonimato da vida e buscar uma rotina simples.

Conheceu pessoas, inclusive um corretor informal (desses que atuam sem registro no órgão oficial) e que coincidentemente,  lhe perguntou se queria comprar uma casa naquela cidade. Gileade entendeu aquilo como uma mensagem divina.

Foi conhecer o imóvel que ficava a poucas quadras dali (aliás, tudo naquela cidade ficava a poucas quadras). Era uma casa de alvenaria construída na década de 1950, que não recebia pintura e reforma há pelo menos uns trinta anos. Ficava a cerca de 200 metros da praça central, na rua São Paulo, numa baixada onde aos sábados acontecia a feira livre dos produtores agrícolas. 

Um terço do dinheiro que reservou para si,  foi  suficiente para comprar, reformar e mobiliar o imóvel.

Comprou uma bicicleta e incorporou-se à rotina dos moradores. O Clio ficava escondido na garagem fechada.

Todos os dias acordava pela manhã e ia pedalando rumo à padaria. Comprava uma dezena de pães (franceses) e pedia para encher sua caneca plástica com café. Atravessava a rua e sentava-se calmamente no banco da praça, onde tomava o café e comia um dos pães. Outros dois ou três, ele jogava de forma esfarelada sobre o gramado, para atrair e alimentar os pássaros. Todo esse ritual demorava quase uma hora, e ao mesmo tempo ele meditava e tomava vitamina D na forma solar (quando não chovia).

Os pães que sobravam, ele mantinha ensacados e pedalava até o bairro mais pobre da cidade, até encontrar um transeunte necessitado que os aceitava receber.

Arrumou uma diarista que limpava a casa e lavava suas roupas uma vez por semana. Adquiriu um computador onde passou a escrever e a comunicar-se com os familiares todos os dias. Aboliu o uso do telefone e do relógio.

Dormia quando tinha sono, comia quando tinha fome.

Passou a frequentar o grupo de oração da Renovação Carismática Católica. Chegava de bicicleta e com roupas simples. Ninguém imaginaria que aquele senhor anônimo era alguém tão importante na capital da república.

Quando alguém perguntava seu nome, ele respondia:

- José.

O nome mais comunal da população brasileira ajudaria a esconder sua identidade.

Virou um observador social e estudava atentamente o comportamento daqueles habitantes. Usou esses conhecimentos para escrever dois livros.

Sempre que alguém pedia oração no grupo da igreja, ele ouvia atentamente e buscava uma forma de ajudar, sem ser identificado.

Em um dos cultos, uma senhora clamava desesperadamente por sua mãe, que precisava de uma consulta e de exames cardiológicos;  dizia que se fosse esperar pelo poder público, iria demorar vários meses.  Gileade (ou José) pegou seu veículo na manhã seguinte e se deslocou até à cidade de Marília, onde encontrou uma clínica de cardiologia. Pagou o equivalente a uma consulta e a um pacote de exames e exigiu que lhe entregassem um recibo na forma de “vale procedimento”. Retornou à comunidade e entregou ao padre,   pedindo a ele que procurasse àquela senhora que havia pedido oração e lhe desse os encaminhamentos.

Sentia-se bem em confessar ao padre que sabia da sua verdadeira identidade. O líder religioso passou a abençoar pessoas através dele. 

Foi assim que o menino Gabriel recebeu uma bicicleta nova em sua residência;  dona Margarida ganhou uma geladeira de duas portas e seu Mário que estava desempregado viu suas contas de água e de luz serem quitadas. Outras  dezenas e dezenas de  moradores tiveram seus problemas saneados.

Um dos problemas mais graves das cidades pequenas é a fofoca. Manter a identidade secreta de super-herói, estava ficando cada dia mais difícil.

Todos queriam saber onde o padre arrumava tanto dinheiro para presentear a comunidade. Houve quem o caluniasse, dizendo que ele estava encobrindo algum chefão do crime organizado.

Um vereador mais esperto, mandou circular a informação de que era ele quem atendia os pedidos dos moradores.  Pagou para um locutor de rádio fazer a propaganda de forma transversa. O radialista dizia que sabia que era o vereador quem pagava, mas que o vereador jamais admitiria isso em público, porque o propósito dele era ajudar anonimamente.

A notícia extrapolou fronteiras. Começaram a chegar caravanas de pessoas na cidade, com bilhetes de pedidos endereçados ao padre. Multiplicaram o número de exploradores.

Certo dia, Gileade soube que dona Joana tinha sido abandonada pelo marido com duas crianças para cuidar, sem ter aonde morar. Foi ao cartório, fez um termo de doação da casa para ela e lhe entregou as chaves com os móveis dentro.

Na madrugada seguinte, Gileade sumiu da cidade com seu Clio, suas roupas e seu computador. Ninguém sabe de seu paradeiro.

O padre não revela o mistério, por conta da obrigação do sigilo em confissão. Os eleitores do vereador, reclamam que ele parou de dar presentes. Dona Joana, insiste em dizer que o anjo que habitou na cidade, era o proprietário  anterior da casa onde mora. 

Coincidentemente, o contraventor do jogo do bicho, conhecido como  Bento Maia, foi preso naquela semana em que Gileade foi embora. Parte significativa da população credita a ele os benefícios entregues de forma anônima, e dizem que se a polícia e a justiça não tivessem agido, o povo estaria muito mais feliz, atendido em suas necessidades.

Ao sair da cadeia, Bento foi assassinado na porta de sua chácara,  a mando de um banqueiro rival.  O local onde caiu alvejado, virou ponto de romaria com a colocação de flores e velas acesas.

O dono da barbearia, localizada próxima da igreja matriz, insiste em dizer que seu filho foi curado de gagueira, após fazer uma promessa a Bento Maia. Esse milagre já rendeu pauta na rádio, sites de notícias e no jornal impresso da região.

O padre, coitado, tem que assistir a tudo sem poder dizer a verdade. O sacramento o impede revelar os fatos. 

Ao povo,  os seus heróis imaginários.

Crônicas Latino-americanas. ESCALADA: ensaios sobre o coma e o estado vegetativo.

Crônicas Latino-americanas.

Escalada.

 

“ Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi-se a Harã.  E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar.  E sonhou: e eis  que era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela.  E eis que o Senhor estava em cima dela...” (Gênesis, 28: 10-13).

 

Era uma manhã de domingo no  charmoso distrito de Miraflores, quando Mateus foi pedalar com a namorada na ciclovia da Avenida José Pardo aproveitando o agradável clima limenho.

O ciclista de 28 anos era  amante da natureza e da vida saudável. Vegano e de corpo atlético, fazia meditações diárias e frequentava academia de ginástica quatro vezes na semana.

Num cruzamento nas proximidades do Parque Kennedy foi surpreendido por um taxista que trafegava em alta velocidade e colheu sua bicicleta com uma força brutal, arremessando o esportista para a distância superior a quinze metros.

A namorada observava estática àquele corpo estendido ao solo. Um  cambista que trabalhava na calçada acionou o resgate médico que chegou em poucos minutos. A situação era grave, gravíssima. Mateus foi conduzido para a emergência médica de um grande hospital na região central.

Inconsciente, foi entubado e submetido a exames e cirurgia de emergência no crânio.

Mateus abre os olhos e de uma altura aproximada de 20 metros observa a equipe médica e os enfermeiros tentando recuperar sua vida. Confuso e impotente, procura entender o que está acontecendo.

Perdeu completamente a noção do tempo. O relógio não lhe servia para mais nada.

Em uma fase seguinte aparece de pé caminhando num deserto sobre pedras e areia. O sol parecia escaldante, mas ele não sentia frio nem calor  - a temperatura era amena como a de um nascer do sol no verão de Montevideo.

Ao longe enxergou uma concentração de pessoas. Todos, incluindo ele trajavam vestes de cores sóbrias, sem costuras ou adereços. Caminhou até o grupo que parecia estar vivendo tranquilamente naquele lugar.

 

Com sorriso no resto um garoto aparentando ter oito anos  de idade lhe recebe com alegria. Era o “Gordo” seu amigo de infância que faleceu de forma repentina. Parecia ter parado no tempo – ele estava exatamente igual como era no tempo de sua morte. A criança estava acompanhada de seus pais, que Mateus não sabia que também já haviam partido para a eternidade. Junto ao grupo estavam outros parentes e amigos da família de “Gordo”  e que eram desconhecidos.

Conversaram sobre vários assuntos  durante um tempo que é impossível mensurar. Nesse intervalo outra criança do grupo que brincava jogando pedras atinge acidentalmente o rosto de Mateus; o que deveria causar dor e ferimento passou quase despercebido – algo como uma gota de orvalho atingindo sua face.

Mais tarde, como num piscar de olhos Mateus desperta na entrada de um vilarejo antigo que mais parecia uma cidade esquecida no interior da Itália. A paisagem era deslumbrante. Caminhava pelas ruas estreitas e sentiu um cheiro peculiar vindo de uma casa simples. O olfato lhe remeteu à infância e à sua avó materna que sempre o recebia com café fresquinho e pão caseiro.

Entrou pela lateral da residência, e lá estava ela sentada na varanda dos fundos. Seu rosto cintilante, cabelos grisalhos parcialmente presos sob um lenço  e o inesquecível sorriso de boas vindas. Como foi agradável repetir aquele abraço que não sentia há mais de 20 anos.

Cantaram juntos e contaram muitas histórias. Em dado momento Mateus pergunta sobre seu avô e seus tios já falecidos:

- Estão por aí. A qualquer momento eles reaparecem. – respondeu de forma despreocupada.

A simpática velhinha o levou a outras casas da vila e lhe apresentou diversas pessoas que fizeram parte em algum momento da vida dela e que Mateus nem imaginava que existissem. Antes de terminar as andanças encontrou o tio “Checho”  que caminhava trazendo um cachorro – era a primeira vez que o via se locomovendo normalmente sem usar a cadeira de rodas. 

De volta à casa, mesmo sem fome ou sede,  experimentou do pão e tomou café acompanhados de gargalhadas com as frases de humor da velhinha:

- Aproveita meu filho, que aqui pode beber e comer à vontade. Nada faz mal e nada engorda.

Num velho banco de madeira ele deitou colocando a cabeça no colo da avó que remexia e massageava seus cabelos. Dormiu profunda e relaxadamente.

Acordou numa mata alta e densa com vários animais selvagens. Andava entre eles sem sentir medo e sem ser molestado.  Logo à frente viu uma grande cachoeira e aos pés dela muitas pedras onde estavam concentradas mais de uma centena de pessoas.

Desceu por uma trilha e chegou perto da aglomeração percebendo que ali estava o Apóstolo Paulo ministrando uma palestra para o agrupamento.

Grande satisfação e gozo tomaram conta de seu ser ao poder ver e  ouvir de perto um dos ícones da história mundial.

Paulo replicava o que tinha aprendido com Gamaliel; falava sobre a importância de ter dedicado sua missão aos gentios e sobre a perseguição que sofreu em Damasco.

Foi a aula mais importante de sua “vida” (se é que poderia usar esse termo).

A certa altura abaixou a cabeça meditando em tudo que tinha ouvido e foi quando despertou em outro lugar. Estava agora dentro de um jardim belíssimo, semelhante ao Parque Keukenhof na Holanda. Tocava, cheirava e observava as flores quando uma voz doce chamava pelo seu nome. Era sua mãe que falecera de enfarto  quatro anos antes durante uma viagem a Trujillo.

Conversaram sobre assuntos tão profundos como nunca tinham feito antes. Percorreram todo o jardim, sentaram na grama e nos bancos. Mesmo depois de tantos beijos e abraços, sua genitora lhe espremeu pelos ombros como se fosse retirar o extrato de seu corpo (ainda que isso não lhe causasse dor).

Abriu os olhos e acordou num leito hospitalar. Duas enfermeiras estavam trocando sua fralda. No horário de visitas ouviu sua irmã e sua namorada comentarem que ele já estava em estado vegetativo há cinco meses.

Mateus queria voltar para o mundo onde estava, mas isso era fora da órbita de suas possibilidades. Só lhe restava permanecer imóvel sentindo dores e angústia; sofria por estar no mundo sem poder fazer parte dele.

Para sua infelicidade, seu cérebro ainda funcionava e meditava.

“Por mim, creio que estamos mortos há muito tempo: morremos no exato momento em que deixamos de ser úteis.”  - Jean-Paul Sartre.

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